Versão de Valdebran sobre aluguel de avião não convence a PF
Nos dias que antecederam à sua prisão (em 15 de setembro), no hotel Ibis Congonhas, em São Paulo, Valdebran pesquisou aviões para alugar, de acordo com relato de pilotos e donos de aeronaves ouvidos pela Polícia Federal e pela Folha. Segundo Luiz Antonio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas e autor do dossiê, além de negociar o material contra o PSDB, seria atribuição também de Valdebran transportar o dinheiro de São Paulo para Cuiabá (MT).
Valdebran nega que houvesse esse acordo. Segundo um de seus advogados, Roger Fernandes, o avião que ele alugaria seria usado na verdade para transportar um pára-brisa e um cockpit de aeronave para uma empresa na área de aviação na qual tem sociedade.
Aí começam os indícios de que Valdebran estaria mentindo ao negar que fosse transportar o dinheiro, na avaliação da PF, segundo a Folha apurou.
A empresa de táxi-aéreo consultada por Valdebran pertence a Arlindo Barbosa, irmão de Orides Barbosa, seu sócio na AirTech, a empresa para a qual o petista encarregado de negociar o dossiê levaria um pára-brisa e um cockpit de São José dos Campos (SP) para Cuiabá.
Na quarta-feira, Arlindo prestou depoimento à PF em Campo Grande (MS). Confirmou que fora procurado por Valdebran para alugar seu avião, que já estava em São Paulo no dia 13 de setembro para uma vistoria. Em nenhum momento Arlindo mencionou que conhecia Valdebran ou que o petista era sócio de seu irmão.
"Apesar de Valdebran e Orides serem sócios e muito amigos, Valdebran não mantinha contato com Arlindo", disse o advogado.
Outro aspecto que chamou a atenção da PF é que a AirTech --que, na verdade, está em nome de Valdebran e de duas filhas de Orides-- ainda não está em funcionamento. Por enquanto, não passa de uma empresa apenas no papel. Ou seja, em tese, não haveria razão para Valdebran levar de São José dos Campos para Cuiabá peças de avião.
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