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Meio Ambiente
Sexta - 10 de Novembro de 2006 às 02:41

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Um hominídeo ereto que conviveu com os antepassados diretos do homem moderno há quase 2 milhões de anos, na África, tinha uma variada dieta sazonal, segundo cientistas da Universidade do Colorado.

Um estudo publicado pela revista "Science" questiona a teoria de que a espécie foi extinta por ter hábitos alimentares muito seletivos.

Pelo contrário, a dieta do "Paranthropus robustus" consistia em diversos tipos de gramíneas, sementes e, possivelmente, animais, diz o estudo.

"Ao analisar o esmalte dos dentes, descobrimos que eles comiam diferentes tipos de alimentos, que mudavam ao longo do ano", concluiu Ben Passey, co-autor da pesquisa.

Os cientistas utilizaram a técnica de ablação de laser para examinar as dentaduras de quatro indivíduos encontrados na África do Sul. Os dentes continham isótopos de carbono absorvidos do alimento durante a vida de cada hominídeo.

Como árvores, arbustos e ervas produzem sinais isotópicos diferentes, os cientistas puderam determinar que o "Paranthropus" alterava sua dieta em períodos que iam de alguns meses até anos.

"O método demonstrou que suas dietas eram extremamente variadas.

Uma possibilidade é de que eles migravam de ''habitats'' de maior vegetação para outros mais abertos, como as savanas, dependendo da estação", diz Passey.

Segundo Thure Cerlin, professor de geologia e biologia da Universidade de Utah, o estudo da espécie extinta é importante porque demonstra que a variação da dieta humana está "na família" há muito tempo. "É o que permite aos seres humanos consumir alimentos de todo o mundo", observa.

O "Paranthropus" fez parte de uma estreita linha de parentes do ser humano conhecidos como australopitecíneos. Entre eles está "Lucy", o fóssil de um ser que viveu há 3 milhões de anos e que muitos antropólogos consideram um antepassado direto dos humanos modernos.

Segundo Matt Sponheimer, antropólogo da Universidade do Colorado, uma linha dos descendentes de "Lucy" levou aos seres humanos, enquanto a outra terminou num beco sem saída da evolução.

"Sabendo agora que o ''Paranthropus'' era flexível em seus hábitos alimentares, é provável que precisemos observar as diferenças culturais e sociais para explicar qual foi o seu destino", disse.





Fonte: EFE

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