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Meio Ambiente
Sexta - 10 de Novembro de 2006 às 02:16

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Um grupo internacional de cientistas decifrou a seqüência do genoma do ouriço-do-mar e confirmou que ele é muito parecido com o do ser humano, revelou um estudo divulgado hoje pela revista "Science".

Segundo os cientistas, o conhecimento da seqüência genética do animal marinho pode ajudar na busca de tratamentos para doenças como câncer, infertilidade, cegueira e distrofia muscular.

A decodificação dos 23.300 genes das 814 milhões de bases nucleotídeos dos cromossomos foi realizada durante um projeto de três anos comandado pelo Centro de Seqüência do Genoma Humano do Colégio Baylor de Medicina, no Texas, informou a revista.

Segundo James Coffman, cientista do Laboratório Biológico Mount Desert Island, de Bar Harbor (Maine), a conformação genômica dos ouriços é parecida com a dos humanos. As duas espécies compartilham a maior parte das famílias genéticas.

Em outro artigo de uma série de seis publicados pela "Science", os cientistas afirmam que os ouriços compartilham 7.077 genes com o ser humano. Geneticamente, eles estão próximos do homem que os vermes e os insetos.

Os ouriços têm "um extraordinário e complexo sistema imunológico inato" que não se baseia em anticorpos, como o de alguns vertebrados, mas é eficaz o suficiente para proporcionar uma longevidade de 100 anos ou mais, segundo o estudo.

A imunidade inata se deve a um conjunto de proteínas que detectam aspectos únicos de uma bactéria e avisam às células do organismo quando percebem a presença de um intruso. O mecanismo poderia proporcionar novos instrumentos na luta contra muitas doenças infecciosas, dizem os cientistas no relatório.

Além disso, os animais marinhos também apresentam uma enorme capacidade para enfrentar ameaças químicas em seu ambiente, graças a uma seqüência de genes que permite captar e eliminar as substâncias tóxicas. Sem a reação, agentes químicos como os metais pesados, podem causar um envelhecimento precoce, doenças e morte.

Em outro artigo, um grupo de cientistas afirmou que a análise do genoma do ouriço-do-mar tem amplas implicações para o conhecimento da defesa e das bases genéticas da imunidade nos vertebrados.

Segundo o geneticista Gary Litman, um dos autores do artigo, a decodificação do genoma "pode revelar aspectos importantes sobre a forma como interagem nossos sistemas imunológicos inato e adotado, e assim explicar como os genes trabalham para nos manter saudáveis".

O projeto, patrocinado pela Fundação Nacional das Ciências e pelos Institutos Nacionais da Saúde dos EUA, contou com cientistas do Canadá e Estados Unidos.





Fonte: EFE

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