CPI das sanguessugas cometeu injustiças, afirma Ricardo Izar
Foi constrangedor", Ricardo Izar lamentou o fato de existir na relação pessoas que “não têm nada a ver com o assunto”, porque não apresentaram emendas para compra de ambulâncias. “Algumas já foram punidas nas urnas e perderam a eleição”, disse referindo-se a deputada Laura Carneiro (PFL-RJ), que não se reelegeu. Na avaliação de Izar deputados como Wellington Fagundes (PL-MT), Wellington Roberto (PL-PB) e Pedro Henry (PP-MT) podem ser considerados inocentes com base no depoimento de ontem de Vedoin.
O deputado mato-grossense Wellington Fagundes (PL), um dos primeiros acusados de participar no esquema, declarou-se aliviado depois de Luiz Antônio Vedoin ter afirmado diante do Conselho que não mantinha contato com ele e não o favoreceu com nenhum recurso financeiro. “Eu sempre disse que a mentira tem pernas curtas. A verdade prevaleceu”, comemorou.
Com relação à declaração de Vedoin de que Wagner dos Santos usava o seu nome para cobrar comissões da Planan sobre recursos destinados ao município de Juara, Fagundes disse que essa possibilidade não existe. “Isto não faz sentido porque eu não fiz nenhuma emenda para Juara nem houve qualquer outra emenda de minha autoria executada pela empresa. Isso já está claramente demonstrado na minha defesa”. Fagundes foi um dos cinco deputados acusados em todo o Brasil que conseguiu a reeleição.
A deputada Celcita Pinheiro (PFL/MT) também se declarou aliviada ao ser inocentada por Luiz Antônio Vedoin de envolvimento no escândalo das sanguessugas. “Sempre tive a minha consciência tranqüila. Tenho uma vida reta e transparente e não tenho o que temer. Confio em Deus, estou em paz aguardando o relatório final do Conselho de Ética”, declarou.
Ainda visivelmente contrariado pela inclusão do nome de sua esposa na lista dos suspeitos, o senador Jonas Pinheiro utilizou expressões como “desastre”, “loucura” e “irresponsabilidade” para classificar a lista encaminhada pela CPI das Sanguessugas ao Conselho de Ética, sem o cuidado de separar o joio do trigo.
“Colocaram na mesma vala culpados e inocentes. Imagina Celcita, uma pessoa religiosa, envolvida numa coisa dessas! É inadmissível”, avaliou. O senador Jonas Pinheiro lembrou que a ex-assessora do Ministério da Saúde, Maria da Penha Lino, acusada de integrar a máfia das ambulâncias, citou haver em Mato Grosso parlamentares “impermeáveis” aos assédios da Planan, entre eles Celcita Pinheiro. Com as denúncias, a deputada não se reelegeu. “Quem perde com isso é Mato Grosso, que deixa de contar com uma pessoa que tem muitos serviços prestados ao nosso povo”, desabafou o senador.
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