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Saúde
Quarta - 08 de Novembro de 2006 às 15:26

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Uma nova cepa do vírus da Aids foi identificada entre os gorilas selvagens do sul de Camarões, o que representa um risco sanitário para os humanos, já que estes primatas são caçados por sua carne ou para fins de medicina local, afirmam cientistas na edição desta quinta-feira da revista científica britânica Nature.

Cerca de 30 espécies de primatas africanos já eram conhecidas como portadoras de diferentes vírus da imunodeficiência e se sabia que os chimpanzés do oeste da África Central, sobretudo os de Camarões, eram portadores de um tipo de vírus similar àquele que está na origem da pandemia humana (VIH-1). No entanto, estes animais não desenvolvem a doença.

Ao examinar centenas de excrementos de grandes primatas coletados nas regiões inóspitas de Camarões, Martine Peeters e Eric Delaporte, do francês Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD) e da Universidade francesa de Montpellier-1, e seus companheiros estrangeiros ficaram surpresos ao descobrir que seis amostras coletadas de gorilas também continham anticorpos do HIV-1.

Segunda surpresa: a análise do material genético extraído das fezes revelou que o vírus encontrado no gorila é próximo de um dos três grupos do HIV-1, o grupo O, cuja origem permanecia até agora desconhecida. Os chimpanzés desta parte da África, a bacia do Congo, constituem um reservatório natural para os grupos M (o mais freqüente) e N (muito raro).

Para Martine Peeters, os vírus desses dois últimos grupos são "muito claramente" a conseqüência de uma transmissão do chimpanzé para o homem" (a contaminação poderia ter ocorrido numa mordida de macaco em um caçador ou de um ferimento durante o corte de uma carcaça do animal). No entanto, a origem do grupo O continua menos evidente.

"Não podemos excluir", comenta a bióloga, "a possibilidade de que os chimpanzés infectados pelo HIU-1 do grupo O tenham conseguido contaminar o homem e o gorila independentemente, ou que o gorila, depois de ter sido contaminado pelo chimpanzé, tenha contaminado o homem".

O fato de os gorilas infectados viverem a mais de 400 quilômetros uns dos outros sugere que não se trata de casos isolados e que o vírus provavelmente está bastante disseminado nesses grupos de macacos.





Fonte: AFP

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