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Embrião poderá ter genes humanos e de vacas
Cientistas britânicos pediram autorização do governo para criar embriões híbridos a partir da combinação de células humanas e óvulos de vacas, com o objetivo de avançar nas pesquisas sobre células-tronco.
Os pesquisadores da Universidade de Newscastle e do King's College, de Londres, querem que a Autoridade de Embriologia e Fertilidade Humana emita uma licença de três anos que, segundo eles, abrirá caminho para o desenvolvimento de tratamentos para doenças como mal de Parkinson e Alzheimer.
Eles alegam que os embriões humano-bovinos seriam utilizados apenas em pesquisas de células-tronco e que só deixariam que eles se desenvolvessem por alguns dias.
A idéia é vista, no entanto, como antiética e potencialmente perigosa por entidades como o Conselho Escocês de Bioética Humana, por exemplo.
As células-tronco podem adquirir múltiplas funções no corpo humano. Embriões com cinco dias de vida são cheios desse tipo de célula, que tem o potencial de se transformar em qualquer tecido do corpo. É justamente nessa habilidade que os cientistas apostam para tratar doenças atualmente consideradas incuráveis.
O argumento dos cientistas é que para avançar nas pesquisas eles precisariam ter acesso a milhares de embriões. O problema é que faltam embriões humanos para pesquisas. Além disso, eles só podem ser obtidos por meio de cirurgia.
Surgiu daí a idéia de usar óvulos animais para substituir óvulos humanos.
"Nós entendemos que o desenvolvimento de linhas de células-tronco embriônicas de indivíduos sofrendo de formas genéticas de desordens degenerativas vão estimular pesquisas básicas e o desenvolvimento de medicamentos novos para tratar essas terríveis doenças cerebrais", disse o cientista do King's College Stephen Minger.
Os pesquisadores inseririam material genético humano num óvulo bovino cujo material genético teria sido previamente removido. O seguinte passo seria criar um embrião com a mesma técnica usada na clonagem da ovelha Dolly.
O embrião resultante dessa fusão seria 99,9% humano, o único elemento bovino seria o DNA do exterior da célula. Tecnicamente, portanto, seria uma quimera, criatura parte humana, parte animal.
Em vez de deixá-los se desenvolver, os cientistas dizem que os destruiriam depois de seis dias, tempo que seria suficiente para a formação das células-tronco.
Os especialistas, então, retirariam o material genético e avaliariam a sua qualidade e a viabilidade de usá-lo como o material advindo de processos que empregam óvulos humanos.
Os cientistas também planejam examinar a forma como as células são reprogramadas depois da fusão a fim de saber se existem processos que podem ser reproduzidos em laboratório.
"Se nós pudermos aprender, a partir (da observação) do óvulo, como produzir células-tronco embrionárias sem ter de usar um óvulo animal, nós poderemos ser capazes de curar doenças como o mal de Parkinson ou doenças relacionadas à idade que estão criando um grande fardo para a sociedade", disse Lyle Armstrong, cientista que coordena os estudos sobre o embrião híbrido.
Mas para o Conselho Escocês de Bioética Humana as pesquisas violam a ética científica e os direitos humanos.
"Na história da humanidade espécies animais e humanas têm sido separadas", afirmou um representante do Conselho, Calum MacKellar.
"Nesse tipo de procedimento, você está misturando óvulos animais com cromossomos humanos num nível muito profundo e pode começar a minar toda a distinção entre humanos e animais" , acrescentou.
Para MacKellar, isso minaria a dignidade do ser humano.
Os pesquisadores da Universidade de Newscastle e do King's College, de Londres, querem que a Autoridade de Embriologia e Fertilidade Humana emita uma licença de três anos que, segundo eles, abrirá caminho para o desenvolvimento de tratamentos para doenças como mal de Parkinson e Alzheimer.
Eles alegam que os embriões humano-bovinos seriam utilizados apenas em pesquisas de células-tronco e que só deixariam que eles se desenvolvessem por alguns dias.
A idéia é vista, no entanto, como antiética e potencialmente perigosa por entidades como o Conselho Escocês de Bioética Humana, por exemplo.
As células-tronco podem adquirir múltiplas funções no corpo humano. Embriões com cinco dias de vida são cheios desse tipo de célula, que tem o potencial de se transformar em qualquer tecido do corpo. É justamente nessa habilidade que os cientistas apostam para tratar doenças atualmente consideradas incuráveis.
O argumento dos cientistas é que para avançar nas pesquisas eles precisariam ter acesso a milhares de embriões. O problema é que faltam embriões humanos para pesquisas. Além disso, eles só podem ser obtidos por meio de cirurgia.
Surgiu daí a idéia de usar óvulos animais para substituir óvulos humanos.
"Nós entendemos que o desenvolvimento de linhas de células-tronco embriônicas de indivíduos sofrendo de formas genéticas de desordens degenerativas vão estimular pesquisas básicas e o desenvolvimento de medicamentos novos para tratar essas terríveis doenças cerebrais", disse o cientista do King's College Stephen Minger.
Os pesquisadores inseririam material genético humano num óvulo bovino cujo material genético teria sido previamente removido. O seguinte passo seria criar um embrião com a mesma técnica usada na clonagem da ovelha Dolly.
O embrião resultante dessa fusão seria 99,9% humano, o único elemento bovino seria o DNA do exterior da célula. Tecnicamente, portanto, seria uma quimera, criatura parte humana, parte animal.
Em vez de deixá-los se desenvolver, os cientistas dizem que os destruiriam depois de seis dias, tempo que seria suficiente para a formação das células-tronco.
Os especialistas, então, retirariam o material genético e avaliariam a sua qualidade e a viabilidade de usá-lo como o material advindo de processos que empregam óvulos humanos.
Os cientistas também planejam examinar a forma como as células são reprogramadas depois da fusão a fim de saber se existem processos que podem ser reproduzidos em laboratório.
"Se nós pudermos aprender, a partir (da observação) do óvulo, como produzir células-tronco embrionárias sem ter de usar um óvulo animal, nós poderemos ser capazes de curar doenças como o mal de Parkinson ou doenças relacionadas à idade que estão criando um grande fardo para a sociedade", disse Lyle Armstrong, cientista que coordena os estudos sobre o embrião híbrido.
Mas para o Conselho Escocês de Bioética Humana as pesquisas violam a ética científica e os direitos humanos.
"Na história da humanidade espécies animais e humanas têm sido separadas", afirmou um representante do Conselho, Calum MacKellar.
"Nesse tipo de procedimento, você está misturando óvulos animais com cromossomos humanos num nível muito profundo e pode começar a minar toda a distinção entre humanos e animais" , acrescentou.
Para MacKellar, isso minaria a dignidade do ser humano.
Fonte:
BBC Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/262612/visualizar/
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