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Meio Ambiente
Segunda - 06 de Novembro de 2006 às 22:03

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ONGs que participam como observadoras da reunião da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas e do Protocolo de Kyoto pediram hoje aos países-membros que atuem de forma contundente para deter a mudança climática.

"É preciso agir rápido e superar a velocidade do derretimento das geleiras", disse Steve Sawyer, representante do Greenpeace.

Sawyer pediu que os países comecem a negociar em Nairóbi novos e maiores compromissos de redução das emissões de gases de efeito estufa a partir de 2012, quando termina o período coberto pelo Protocolo de Kyoto, que entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005.

"É preciso que o processo seja rápido para que não haja um vazio entre o fim dos compromissos de Kyoto e os novos. O processo deveria ser finalizado no máximo até 2008, para que haja tempo de ratificá-lo. Se o processo se estagnar, as gerações futuras não nos perdoarão", afirmou.

Por sua vez, Jesse Mugambi, do grupo de trabalho sobre mudança climática do Conselho Mundial de Igrejas, destacou que o "Quênia deve seu nome ao monte Quênia, palavra que significa brancura e fazia referência ao cume da montanha, sempre coberto de neve".

"Hoje, no entanto, resta apenas uma parte mínima dessas neves, as precipitações diminuíram e os rios que descem das montanhas levam menos água. O povo que depende dela vai sofrer e, se as coisas não mudarem, acabaremos sendo refugiados ecológicos", acrescentou.

Catherine Pearce, da organização Amigos da Terra, afirmou que "o Quênia não é um caso isolado e o momento de agir é agora".

"Está acabando nosso tempo, caso queiramos evitar um aumento das temperaturas de quase dois graus centígrados", disse.

Segundo estimativas do secretariado da Convenção, baseadas em modelos climáticos elaborados por computador, a temperatura média da superfície terrestre aumentará entre 1,4 e 5,8 graus centígrados até o ano 2100, enquanto no século passado foi registrado um aumento de 0,6 graus na temperatura.

A mudança global do clima se deve ao aumento desproporcional - causado pela industrialização - das emissões de dióxido de carbono e outros gases como o metano e o óxido nitroso, que formam uma camada na atmosfera que retém o calor na Terra e impede que ele retorne ao espaço.

"É preciso que haja um comprometimento maior dos países industrializados com a redução das emissões de gases de efeito estufa, e também um acordo final sobre os procedimentos de funcionamento do Fundo de Adaptação", disse Pearce ao resumir as prioridades da Conferência das Partes (COP), que reúne mais de 5.000 delegados durante duas semanas em Nairóbi, a partir de hoje.

Pearce lembrou as conclusões do relatório divulgado na semana passada pelo economista-chefe do Governo britânico, Nicholas Stern, segundo o qual os Governos devem agir agora para evitar os enormes danos causados à economia mundial pelas mudanças climáticas.

O relatório adverte que a falta de ações para interromper o aquecimento global custará à economia mundial 20% do Produto Interno Bruto.





Fonte: EFE

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