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Politica Brasil
Segunda - 06 de Novembro de 2006 às 11:36

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Ao retomar nesta semana conversas com dirigentes partidários para discutir a formação da base parlamentar governista no segundo mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva trará à arena política, direta ou indiretamente, personagens que se envolveram no escândalo do mensalão. Se fosse optar por um diálogo institucional com as legendas, Lula teria, por exemplo, que se sentar à mesa com Roberto Jefferson, que, depois de cassado, retomou recentemente o posto de presidente nacional do PTB.

Neste e em outros casos, Lula será obrigado a repetir o mesmo modelo do primeiro mandato: negociar com dirigentes partidários isoladamente.

Parlamentares de PP, PTB e PL não hesitam em se antecipar e declarar que são e serão governo. Roberto Jefferson afirma que não quer ver o PTB no governo, mas autorizou o líder do partido na Câmara, José Múcio Monteiro (PE), a conversar com o presidente. O PTB elegeu 22 deputados.

Lula disse que quer negociar diretamente com os partidos para propor uma agenda de temas de interesse nacional, incluindo a reforma política. Não terá como fazer esse diálogo institucional com algumas legendas depois da crise de 2005, ou porque tem inimigos nas presidências das siglas ou porque os presidentes dos partidos não representam a vontade da maioria nas suas bancadas.

"O Roberto [Jefferson] delegou que a conversa com o governo seja feita por mim. Como eu fui aliado do presidente Lula esse tempo todo e continuo aliado, não cria nenhum tipo de constrangimento para ninguém. Vamos apoiar o presidente", disse José Múcio.

O líder do PTB se mostrou favorável à reforma política e ao financiamento público de campanha com lista fechada, temas que há pouco tempo não eram bem digeridos no partido.

Também cassado, Pedro Corrêa (PE) deixou a presidência do PP. O deputado Nélio Dias (PP-RN) assumiu o posto em setembro e se diz "muito afinado" com Lula. Dias pretende se reunir, na próxima semana, com todos os eleitos e reeleitos da legenda para discutir a situação do partido. A bancada eleita tem 42 deputados.

A crise política, para ele, é coisa do passado. "Não vejo constrangimento [na relação com o governo] porque o mensalão foi julgado na Câmara, está sendo julgado pela Justiça. Os partidos não foram extintos e o governo existe."

Depois da reunião da bancada, Nélio Dias disse que o PP apresentará as reivindicações a Lula. Indagado se o partido deve ter participação direta no governo, responde: "Tem que ter. Isso é uma condição. Se nós somos da base do governo, temos que fazer parte de uma composição político-partidária".

Obrigado a renunciar para não perder o mandato, Valdemar Costa Neto (PL-SP) conseguiu eleger-se deputado, mas afastou-se da presidência do partido. Após a fusão do PL com o Prona, o novo partido --Partido da República (PR)-- passou a ser presidido por Sérgio Tamer (MA), professor universitário e procurador federal. Mesmo antes de o PR ser homologado, Tamer já declarou apoio a Lula. Por sua assessoria de imprensa, disse que só dará entrevistas após a homologação da fusão pelo TSE. Juntas, as legendas terão uma bancada de 25 deputados.

A Folha apurou com filiados que Valdemar Costa Neto manterá o comando de parte significativa da legenda.





Fonte: 24HorasNews

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