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Bethânia celebra a água em dois discos
Mais do que outros elementos da natureza, a água - com seus derivados e analogias - sempre teve presença de profundo significado no repertório de Maria Bethânia. Agora, em generosa e caudalosa corrente, o tema desemboca em dois álbuns temáticos, de lançamento simultâneo: Pirata, em que se aprofunda no universo folclórico, nos rios, elementos da vida interiorana e na memória afetiva da terra natal, Santo Amaro da Purificação, na Bahia; e Mar de Sophia, em que singra pela poesia da portuguesa Sophia Mello Breyner, descortinando uma peculiar visão feminina sobre o mar, seus símbolos e a relação histórica com Portugal.
O conceito do projeto se traduz no título Dentro do Mar Tem Rio, que abrange os dois CDs. Entre letras que versam sobre a água em diversos estados (naturais ou de espírito), metáforas e funções - rio, chuva, mar, lágrima, navegação, saudade, esperança, prazer, sofrimento e até gestação -, Bethânia reuniu canções inéditas (em maior número) e antigas (algumas clássicas outras esquecidas na memória), incluindo temas folclóricos, e de um punhado de compositores e letristas com quem tem absoluta afinidade.
Arnaldo Antunes, Caetano Veloso, Dorival Caymmi, Vanessa da Mata, Roberto Mendes, Villa-Lobos, Ana Carolina, Edu Lobo, Capinam, Jorge Portugal, Vevé Calazans, Vinicius de Moraes, Antonio Carlos Jobim e João de Barro estão entre eles. Bem como textos poéticos, que ela alterna ou funde com as canções, assinados por autores brasileiros que também lhe são caros, como João Cabral de Mello Neto, Guimarães Rosa e Fernando Pessoa, além de Sophia Mello.
Embora não cante nenhuma letra que fale diretamente sobre a poluição e o desperdício de água, este é um alerta latente no trabalho de Bethânia, que também já tinha tocado na ferida ao regravar "Purificar o Subaé" (de Caetano) no álbum Brasileirinho (de 2000). "Não posso ficar de professora, mas a partir do momento em que eu digo o que digo aí, estou falando da coisa. Não vou dar uma aula. Não é assim", diz Bethânia. "Sou uma cantora popular, faço algumas coisas que as pessoas têm algum prazer em ouvir, espero, mas falando do elemento mais importante, a meu ver, na face da Terra, e que está sendo dizimado, vai acabar", alerta.
Navegar - Entre o doce e o salgado, o azul do mar e o amarelo do rio, numa refinada trama de artesanato artístico, Bethânia faz a ponte entre épocas, origens, intenções e sensibilidades num navegar preciso.
A sonoridade dos dois CDs prima pelo despojamento e especialmente em Pirata, retoma a trilha rural de Brasileirinho, pela ênfase no som da viola. Um dos achados do repertório é o samba "Águas de Cachoeira", de Jovelina Pérola Negra, Labre e Carlito Cavalcante.
Outra combinação que ressalta aos ouvidos é a de voz com piano, com Bethânia às vezes afinando mais nos agudos. "Voz e piano sempre me comoveu muito, porque o primeiro instrumento pra nós é o piano, em Santo Amaro. O violão chegou muito depois. Era piano e viola de samba, viola caipira. O violão chegou com João Gilberto", lembra a intérprete, que emana poesia e emoção até debaixo d"água.
O conceito do projeto se traduz no título Dentro do Mar Tem Rio, que abrange os dois CDs. Entre letras que versam sobre a água em diversos estados (naturais ou de espírito), metáforas e funções - rio, chuva, mar, lágrima, navegação, saudade, esperança, prazer, sofrimento e até gestação -, Bethânia reuniu canções inéditas (em maior número) e antigas (algumas clássicas outras esquecidas na memória), incluindo temas folclóricos, e de um punhado de compositores e letristas com quem tem absoluta afinidade.
Arnaldo Antunes, Caetano Veloso, Dorival Caymmi, Vanessa da Mata, Roberto Mendes, Villa-Lobos, Ana Carolina, Edu Lobo, Capinam, Jorge Portugal, Vevé Calazans, Vinicius de Moraes, Antonio Carlos Jobim e João de Barro estão entre eles. Bem como textos poéticos, que ela alterna ou funde com as canções, assinados por autores brasileiros que também lhe são caros, como João Cabral de Mello Neto, Guimarães Rosa e Fernando Pessoa, além de Sophia Mello.
Embora não cante nenhuma letra que fale diretamente sobre a poluição e o desperdício de água, este é um alerta latente no trabalho de Bethânia, que também já tinha tocado na ferida ao regravar "Purificar o Subaé" (de Caetano) no álbum Brasileirinho (de 2000). "Não posso ficar de professora, mas a partir do momento em que eu digo o que digo aí, estou falando da coisa. Não vou dar uma aula. Não é assim", diz Bethânia. "Sou uma cantora popular, faço algumas coisas que as pessoas têm algum prazer em ouvir, espero, mas falando do elemento mais importante, a meu ver, na face da Terra, e que está sendo dizimado, vai acabar", alerta.
Navegar - Entre o doce e o salgado, o azul do mar e o amarelo do rio, numa refinada trama de artesanato artístico, Bethânia faz a ponte entre épocas, origens, intenções e sensibilidades num navegar preciso.
A sonoridade dos dois CDs prima pelo despojamento e especialmente em Pirata, retoma a trilha rural de Brasileirinho, pela ênfase no som da viola. Um dos achados do repertório é o samba "Águas de Cachoeira", de Jovelina Pérola Negra, Labre e Carlito Cavalcante.
Outra combinação que ressalta aos ouvidos é a de voz com piano, com Bethânia às vezes afinando mais nos agudos. "Voz e piano sempre me comoveu muito, porque o primeiro instrumento pra nós é o piano, em Santo Amaro. O violão chegou muito depois. Era piano e viola de samba, viola caipira. O violão chegou com João Gilberto", lembra a intérprete, que emana poesia e emoção até debaixo d"água.
Fonte:
AE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/262980/visualizar/
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