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Agronegócios
Quarta - 01 de Novembro de 2006 às 13:45

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No início do ano, a praga conhecida como cigarrinha atacou as pastagens de vários municípios de Mato Grosso. De acordo com o analista de mercado da Famato e coordenador do núcleo Centro Boi, Luciano Vaccari, os prejuízos para os produtores rurais foram grandes. "Depois que as larvas aparecem o estrago na propriedade é muito grande. Existem algumas medidas paliativas. O bom mesmo é manter a qualidade da terra sempre em um estado ótimo", explicou, ao Só Notícias.

Segundo ele, com a incidência das chuvas, esse período é considerado altamente favorável para o aparecimento da praga. "Já tivemos informações que em Apiacás, já foram encontrados focos", destacou. O acompanhamento a campo nas pastagens no Mato Grosso de Brachiarias brizanta é destacada por agrônomos extensionistas que evidenciaram o pico populacional das cigarrinhas para a região de Sinop a Alta Floresta, geralmente a partir do mês de novembro até meados de março.

A cigarrinha é uma lagarta que ataca o pasto comendo as folhas. Ela se alastra em poucos dias. Ela reduz a capacidade de suporte e degrada a pastagem formada pelas mais diversas gramíneas do país. Em todo o Brasil, estima-se que ocorrem em cerca de 10 milhões de hectares, provocando prejuízo de até 90%, dependendo das espécies, do tipo de gramínea, das condições climáticas e do manejo do pasto. Estes sintomas ocorrem quando estes insetos adultos sugadores introduzem estiletes no tecido vegetal, perfurando as células, ate atingirem a seiva de pequenos colmos, na qual introduzem toxinas, causando sintomas: listras esbranquiçadas, amarelecimento nas folhas e depois secamento e morte.

O problema da cigarrinha é prejudicial, portanto sempre ocorre em vasta área nas propriedades, com danos econômicos. Com esta praga nas pastagens, o capim fica amarelado, com baixo teor protéico, tornando-se impalatavel e desagradável, refletindo ao animal pela diminuição de peso, inibindo a produção de leite e carne.

Sendo a cigarrinha no momento, talvez a importante praga economica das pastagens, é imperioso que se faça o seu controle. Todavia os processos de controle de que se dispõe no momento ainda deixam muito a desejar quando considerados isoladamente, de modo que se aconselha uma integração de todos esses métodos para que atinja os objetivos propostos.Quatro proposta integradas são indicadas: barreiras físicas, mantendo a vegetação divisória entre piquetes, nascentes, preservando matas ciliares; o manejo das pastagens, mantendo altura de corte no mínimo 35 cm para Braquiárias e 60cm para os Panicum; controle biológico, uso de predadores mosca sírfida (Salpingogaster nigra Schiner) e o uso de fungos Metarhizium anisoplae e Beauveria bassani; controle químico , o último recurso que o pecuarista utiliza.

O pecuarista tem conhecimento que a cigarrinha para se desenvolver necessita da formação de espumas para a proteção de seu corpo dos inimigos naturais. Mas isto ela só consegue fazer em condições de alta umidade, o que é obtido no período de chuvas, quando o capim esta bem desenvolvido, oferecendo portanto um habitat ideal para o seu desenvolvimento. .

Os resultados efetivos da aplicação do fungo, conhecido cientificamente por metarhizium anisopliae, ainda estão sendo estudados no Brasil. Em Mato Grosso, a Empaer (Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural) tem um laboratório de controle biológico que produz o fungo. O engenheiro agrônomo Marcílio Dobroff Santaella é quem coordena o laboratório da Empaer e garante que o metarrizo funciona: "Se o pecuarista respeitas os limites do fungo, que são: umidade, tamanho de pastagens, entre outros, o ovo, a ninfa e o adulto da cigarrinha das pastagens são controlados em 90% dos casos", afirmou Santaella.

O controle químico pode ser feito através de vários produtos com características diferenciadas. Os inseticidas sistêmicos são eficientes contra ninfas, no entanto apresentam problemas de resíduo , o que obriga a retirada do gado por um período superior a 30 dias. Nessa impossibilidade substituiu-se esses produtos por inseticida de ação de contato, que matam os adultos da cigarrinha mas não tem ação contra suas ninfas. Como tais produtos atingem somente adultos, há necessidade de se fazer várias aplicações espaçadas de 15 a 20 dias para diminuir a incidência da praga.





Fonte: Agronotícias

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