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Politica Brasil
Terça - 31 de Outubro de 2006 às 23:14

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As declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reeleito neste fim de semana, sobre a manutenção da "seriedade na política fiscal" foram bem recebidas pelo mercado, de acordo com analistas.

Os ministros Tarso Genro, das Relações Institucionais, e Dilma Rousseff, da Casa Civil, deram declarações esta semana de que o governo poderia seguir uma política mais voltada para o crescimento econômico, gerando especulação de que a política monetária de combate à inflação seria alterada no segundo mandato.

Tarso disse no domingo que "acabou a Era Palocci". Na segunda, após as declarações do ministro, o índice da Bovespa caiu e o dólar subiu. Dilma Rousseff disse na segunda-feira, em entrevista à uma emissora de rádio, que o "segundo mandato significa um segundo momento da política econômica do governo".

Em entrevista na televisão na segunda-feira, Lula chamou a declaração de Tarso Genro de "produção independente" e descartou uma flexibilização da política econômica. Nesta terça, o dólar caiu e a Bovespa operou em alta. "(A política econômica) não era uma decisão do Palocci. Era uma decisão do governo, do presidente da República", disse Lula.

Meirelles "Esse grupo (de ministros desenvolvimentistas) sempre vai fazer barulho, mas ontem (segunda) esse mesmo grupo já estava adotando um tom mais ameno", afirmou Alexandre Lintz, estrategista do banco BNP Paribas. "Nesse debate, o que nós ouvimos é a palavra do presidente".

Para o cientista político Rogério Schmitt, da Tendências Consultoria, o debate entre desenvolvimentistas e monetaristas existe dentro do governo Lula, mas o presidente "provavelmente não vai mexer em time que está ganhando".

"Lula tem sensibilidade com essa questão da inflação", diz o economista Roberto Teixeira da Costa, da RC Consultores. "As declarações dos ministros foram totalmente extemporâneas, não sintonizadas com a realidade".

Costa acredita que o sinal mais claro sobre o futuro da política monetária do segundo mandato será dado com a composição do novo ministério. A permanência ou não de Henrique Meirelles na presidência do Banco Central é o recado mais claro que o governo pode dar sobre o rumo da sua política econômica.





Fonte: BBC Brasil

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