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Politica Brasil
Terça - 31 de Outubro de 2006 às 07:31

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O assessor especial da Presidência da República e presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia, afirmou nesta segunda-feira que o Brasil vai crescer "com responsabilidade fiscal" no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e negou existir no governo um conflito entre um núcleo defensor da "Era Palocci" e um desenvolvimentista na formulação da política econômica.

"Há uma decisão muito clara que o presidente enunciou durante a campanha leitoral: que o Brasil vai crescer e ele ontem (domingo) reiterou: vai crescer, com responsabilidade fiscal", disse Garcia, em entrevista coletiva no comitê de campanha do presidente Lula, em Brasília.

O assessor de Lula, que também foi coordenador da campanha à reeleição, respondia a uma questão sobre se as quedas registradas no mercado financeiro nesta segunda-feira representariam pressões.

> "Eu acho que, além da pressão, deve representar esperteza. Deve ter gente que está ganhando com isso aí. Pode ter certeza. Desconfie de ideais que são bem remunerados. Aí deve haver teorias que devem estar sendo bem remuneradas em ações especulativas. Não há debate no governo sobre essa questão." "Era Palocci"

Garcia foi o mais recente membro do governo a se envolver na polêmica aberta ao público pelo ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, que neste domingo, antes da divulgação dos resultados eleitorais, declarou "o fim da Era Palocci".

Questionado sobre a polêmica, o assessor da Presidência disse que o ex-ministro da Fazenda havia tido "um papel extremamente importante neste governo", mas que ele próprio havia começado a mudar a política econômica.

"Ele (Palocci) foi, sob a direção do presidente da República, condutor de uma política de estabilização que evitou uma catástrofe que estava mais ou menos anunciada em 2002. O Brasil deve muito ao ministro Palocci. Deve a ele na política de combate à inflação, também participou deste processo de diminuição da vulnerabilidade externa."

"Porém, é importante mencionar que esta política teve o seu prazo e quem começou a modificá-la foi o próprio ministro Palocci. Se nós examinamos os últimos meses da gestão, vamos ver que essa inflexão na direção do desenvolvimento já vinha sendo feita. O ministro (Guido) Mantega simplesmente deu continuidade a isso e é normal que num processo de continuidade que novas medidas possam ser tomadas."

"Eu descartaria essa especulação que existe sobre um suposto conflito de governo até porque quem resolve essas questões é o presidente da República", disse Garcia, acrescentando que tanto Palocci como Mantega são "executores" de diretrizes gerais estabelecidas por Lula.

Mantega A polêmica levou a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a reafirmar que o governo vai manter as atuais metas fiscal (superávit primário de 4,25% do PIB) e de inflação e a Presidência da República a emitir uma nota sobre a manutenção de Mantega no cargo.

"Diante de rumores sobre uma suposta substituição do atual ministro da Fazenda, o Presidente da República reafirma que só a ele cabe indicar ministros e que o ministro escolhido por ele para ocupar a pasta da Fazenda chama-se Guido Mantega", diz a nota, assinada pelo porta-voz da Presidência, André Singer.

O próprio Tarso Genro fez nesta segunda-feira um desmentido, dizendo que não pretendia macular "o bom trabalho de equilíbrio macroeconômico feito pelo ministro Antonio Palocci".

Marco Aurélio Garcia abriu a entrevista coletiva dizendo que as duas principais tarefas do segundo mandato serão promover maiores taxas de crescimento econômico e uma reforma política.





Fonte: BBC Brasil

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