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Politica Brasil
Terça - 31 de Outubro de 2006 às 07:02

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O governo do presidente boliviano Evo Morales aproveitou a coincidência de datas entre o segundo turno no Brasil e o fim do prazo para a assinatura dos novos contratos de exploração de gás na Bolívia para pressionar o governo brasileiro. Envolvendo o Planalto na reta final, La Paz chegou inclusive a ameaçar a reocupação de instalações da Petrobras com o Exército, o que poderia ocorrer em pleno domingo de votação. Morales insistia em uma negociação política com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e não técnica, com a Petrobras, desde o início do decreto de nacionalização, em 1º de maio. A proposta, no entanto, logo foi rechaçada pelo planalto. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, viajou naquele mês para a Bolívia para deixar claro que a negociação seria técnica, com a Petrobras à frente.

De acordo com a Folha de S.Paulo, o ultimato foi dado pelo vice-ministro de Coordenação Governamental, Héctor Arce, a oito dias do fim do prazo. Ele se encontrou com o chefe da campanha e ex-assessor internacional de Lula, Marco Aurélio Garcia, e elevou o tom dizendo que a Petrobras teria de deixar a Bolívia se não assinasse até sábado, véspera do segundo turno. O governo boliviano ameaçou ainda voltar a usar o Exército para ocupar as instalações da Petrobras, como ocorrera no dia do decreto da nacionalização.

Nesse mesmo dia, chegou a La Paz, em visita sigilosa, o secretário-executivo das Minas e Energia, Nelson Hubner, com o objetivo de acompanhar o fim das negociações. Segundo uma fonte do governo boliviano, sua visita teve o objetivo de fechar as negociações sobre a alíquota. Uma fonte do lado brasileiro, porém, disse que ele só seria acionado caso não houvesse um acordo dentro do prazo final -meia-noite de sábado.

O consenso finalmente saiu por volta das 19h (20h em Brasília). O governo brasileiro foi informado e repassou a informação ao Jornal Nacional.





Fonte: Terra

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