Lula prepara pronunciamento e deixa agenda política par depois
O presidente decidiu dirigir-se primeiro aos eleitores e à sociedade para depois organizar uma agenda de interlocução com governadores, partidos políticos e movimentos sociais, como anunciou no domingo, em São Paulo, na primeira entrevista após as eleições.
Ao deixar para a próxima semana os contatos institucionais (não está descartada uma reunião com governadores), Lula procura manter o controle da agenda política e adiar as pressões em torno dos acordos partidários e da formação do futuro governo, disseram as fontes.
Na entrevista de domingo, o presidente reeleito anunciou que, no segundo mandato, terá um controle maior sobre a coordenação política. No início do primeiro governo, o ex-ministro José Dirceu chegou a ser visto como uma espécie de primeiro-ministro informal de Lula.
"Nós vamos ter a mesma coordenação política, mas posso dizer que eu pessoalmente irei interferir mais nessas negociações", disse o presidente na entrevista.
Lula também quer, segundo as fontes, esvaziar especulações em torno de um "pacto político" com a oposição. Para os auxiliares de Lula, os 58 milhões de votos obtidos no domingo conferem ao presidente legitimidade para dialogar com os partidos sem necessidade de pactos.
"Chamarei todo mundo para conversar e, se as pessoas não quiserem, que digam por que não querem conversar", disse o presidente no domingo.
Lula, segundo assessores, está telefonando para os governadores eleitos e reeleitos no segundo turno para cumprimentá-los, como fez com os 17 vitoriosos na primeira rodada. Pela manhã, o presidente falou com Eduardo Campos (PSB), de Pernambuco, e Ana Julia Carepa (PT), do Pará.
Até quarta-feira, Lula pretende tratar da agenda interna do governo com a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, e os ministros da Fazenda, Guido Mantega, da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, e das Relações Institucionais, Tarso Genro. Na quinta, sai para uma viagem de repouso durante o feriado.
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