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Repórter News - reporternews.com.br
Meio Ambiente
Sábado - 28 de Outubro de 2006 às 16:03

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Termina oficialmente, hoje à tarde, o "SOS rio Araguaia", um comboio Naval Ecológico, liderado por ambientalistas, Ongs, Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), prefeituras, Corpo de Bombeiros, Ministério Público, Polícias Militar, Civil e Florestal, que participam de um movimento com o objetivo de limpar o rio Araguaia, mostrar o impacto provocado pela poluição ambiental e conscientizar as pessoas sobre os problemas que estão afetando o rio.

O comboio formado por 15 barcos, 10 caiaques e 06 canoas canadenses, desceu aproximadamente 450 quilômetros pelo rio Araguaia e já chegaram no destino final. Mas algumas atividades ainda serão realizadas hoje e na próxima semana. Durante o trajeto eles recolheram lixo, fizeram fotos e relatórios, detalhando os principais problemas provocados pelo desmatamento e poluição ambiental na bacia do rio Araguaia.

O "SOS Rio Araguaia", iniciou suas atividades no dia 17 com palestras sobre educação ambiental em escolas e faculdades de Barra do Garças e municípios da região.

"A coleta de lixo terminou hoje, mas a tarde ainda terá palestra sobre educação ambiental para estudantes, na cidade de General Carneiro", disse Argemiro Pereira Reis, um dos coordenadores. Ele explicou que essas palestras continuarão até o dia 02 de novembro nos municípios da região.

No dia 25 de outubro o comboio saiu de uma localidade chamada Baliza, na região e Barra do Garças. Na quinta-feira (26) eles chegaram em Torixoréu. Em seguida passaram pelas cidades de Barra do Garças, Pontal do Araguaia, Araguainha, General Carneiro, Araguainha, Ponte Branca, Ribeirãozinho e Alto Araguaia. Todas cidades localizadas as margens do rio Araguaia.

O grupo passou três dias navegando pelo rio Araguaia. "Nós fazíamos esse mutirão ecológico no Pantanal, mas quando ficamos sabendo que a situação do rio Araguaia é grave, decidimos ir para o Araguaia este ano", diz Argemiro.

Os principais problemas detectados pelos ambientalistas são um grande número de acampamentos de turistas e pescadores nas margens dos rios, acampamentos de sem terra e posseiros, grande quantidade de lixo como latas, garrafas, embalagens variadas, vasos de banheiros, sacolas, fogões velho e muito lixo doméstico.

Outro problema identificado pelos técnicos ambientais é o avanço do desmatamento. "A retirada da mata ciliar está deixando o rio desprotegido. Encontramos voçoroca (erosões no leito do rio) de até 80 metros de profundidade e 4 quilômetros de extensão. O rio arenoso favorece o assoreamento que atinge vários pontos do Araguaia. Os problemas mais graves estão na região de Alto Taquari e Alto Araguaia.

Também nos deparamos com situações de caça e pesca predatória. O agrotóxico utilizado na agricultura e o garimpo de diamantes em algumas regiões são outros fatores que afetam o rio", disse Ciro Gomes de Freitas, técnico ambiental e um dos coordenadores da expedição.

Quanto aos problemas provocados pelo cultivo agrícola, Ciro cita que os municípios de Campo Verde, Alto Taquari e Novo São Joaquim com os mais complicados. "E os principais afluentes do Araguaia, que são o rio Garças, o rio das Mortes e o rio Javés, passam por estes municípios", explica.

Todas as cidades que ficam às margens do rio também precisam desenvolver campanhas de educação ambiental, explica Ciro Gomes. "Há muito lixo nessas cidades abandonados em terrenos baldios e locais de risco. Com as chuvas todo esse material vai para o rio", explica.

Para os ambientalistas, somente uma intensa campanha de sensibilização ambiental, principalmente nas escolas, pode ajudar a mudar a situação. "Uma sociedade consciente não polui e fiscaliza o turista, evitando a destruição do rio", alerta Ciro.

"Nós tiramos muito lixo do Rio, principalmente lixo doméstico, mas ainda não temos noção exata da quantidade. Após retirar o lixo do rio nós acionávamos a prefeitura do município para recolher o lixo com um caminhão", explicou.





Fonte: Redação com Assessoria

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