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Politica Brasil
Quinta - 26 de Outubro de 2006 às 07:27

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A Polícia Federal decidiu ampliar as investigações relacionadas ao suposto dossiê Vedoin contra candidatos tucanos para fora do eixo São Paulo-Cuiabá. A suspeita envolve um núcleo do PT com ramificações nacionais, partindo de Brasília. A PF acredita que a operação para a coleta do R$ 1,75 milhão, que seria usado na compra do dossiê, implica outros nomes do partido.

O delegado federal Diógenes Curado, de Mato Grosso, iniciou buscas e interrogatórios no Rio, Minas Gerais e Santa Catarina. A primeira parada foi em Nova Iguaçu, sede da Vicatur. Da agência de câmbio teriam saído 248,8 mil dólares, parte do dinheiro apreendido no dia 15 de setembro com os petistas Valdebran Padilha e Gedimar Passos no Hotel Íbis, em São Paulo.

A principal meta da polícia é identificar o arrecadador do dinheiro. A suspeita é que um único agente ficou encarregado da coleta e deixou pistas ao se movimentar pelo submundo do mercado paralelo do dólar. Com 40 dias de apuração, os policiais se convenceram de que Jorge Lorenzetti, churrasqueiro de Lula, não tinha autonomia para cuidar de toda a operação. Também acham que Hamilton Lacerda, ex-coordenador da campanha de Aloizio Mercadante (PT) ao governo de São Paulo, não ocupava o topo da hierarquia da organização. Lacerda foi flagrado pelo circuito de TV do Hotel Íbis com mala onde estaria o dinheiro do dossiê. Ele nega.

Os investigadores admitem que encontram dificuldades para rastrear o R$ 1,16 milhão apreendido com Gedimar e Valdebran. A suspeita é que pelo menos parte do valor saiu do jogo do bicho do Rio de Janeiro.

Ontem, os presidentes do PSDB, Tasso Jereissati, e do PFL, Jorge Bornhausen, voltaram a criticar o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que estaria atuando como "advogado criminalista do governo". Eles já protocolaram ofício na PF cobrando agilidade nas investigações sobre o caso e pediram à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para acompanhar o trabalho.

O ministro classificou como "fantasiosas" as acusações: "ninguém aponta nenhum ato, nenhum fato, nenhuma atitude que eu tenha tomado que indique isso". Buscas em casa de câmbio

A Polícia Federal ocupou ontem a sede da Vicatur Câmbio e Turismo, em Nova Iguaçu, suspeita de ter fornecido dólares na operação de compra do dossiê contra tucanos. A hipótese investigada é que uma das sócias, Sirley da Silva Chaves, seja o elo com a família Levy, usada como "laranja" para encobrir a operação. Também é investigada a possibilidade de parentesco entre Sirley e a família, que é de Magé, na Baixada Fluminense.

Cinco agentes participaram da busca na Vicatur, que durou uma hora. Um policial impediu a entrada de clientes. Ao fim da operação, os agentes saíram com uma caixa de papelão, supostamente com documentos.

Os sócios da Vicatur, Sirley e Fernando Manoel Ribas Soares, acompanharam a ação e, às 16h, prestaram depoimento na Superintendência da Polícia Federal, no Rio. Os dois saíram às 18h15, sem dar declarações. Jorge Ribas Soares, pai de Fernando, acompanhou o filho.

A Vicatur divulgou nota em que afirma que os sócios "não respondem a nenhum inquérito ou processo criminal e que todas as operações cambiais são realizadas de acordo com a lei e comunicadas ao Banco Central". Já o vice-presidente da CPI dos Sanguessugas, Raul Jungmann (PPS-PE), e o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) voltaram a acusar a PF de prejudicar a comissão. Eles citaram a negativa da PF de transferir à CPI dados obtidos com a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico dos envolvidos no escândalo do dossiê.





Fonte: Terra

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