Serra e Aécio já negociam com governo Lula
Os acertos prévios visam à cooperação econômica. No caso de São Paulo, Serra teve nesta semana reuniões para agilizar uma plano comum de segurança pública. Aécio negocia parcerias em obras rodoviárias.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou ontem o início das conversas com os governadores. Ele revelou que Serra reuniu-se nesta semana com comandantes da Marinha, Aeronáutica e Exército em São Paulo para tratar de um plano de segurança pública. "Já é um exemplo de uma área onde haverá cooperação", disse Mantega, acrescentando que Serra "poderá ter a cooperação para a realização" do Ferroanel.
Para o ministro, "a vida muda completamente depois da eleição". Em relação a Minas, a idéia da União é transferir a responsabilidade de gestão de algumas rodovias federais para o Estado. Em troca, poderia haver compensação por meio de repasses maiores de CPMF.
"Minas é o Estado que mais contém rodovias federais. Até já começamos a conversar com o governador sobre a possibilidade de administração das rodovias federais pelo governo estadual", revelou Mantega. As conversas, segundo ele, serão intensificadas após a eleição.
A afirmação de Mantega comprova o que os aliados de Lula sustentam com tanta veemência: que haverá possibilidade de diálogo institucional com os segmentos do PSDB fortalecidos eleitoralmente. "A preocupação de certos governadores com 2010 os levarão a fazer acordo com o governo federal. O governo federal precisa deles para fazer a reforma tributária e [para] a aprovação de projetos." Outra possibilidade de parceria com Aécio seria em obras ferroviárias, afirmou.
Mantega disse ainda que no Rio esse diálogo com vistas a 2007 está ocorrendo. Sérgio Cabral (PMDB), que disputa o governo, declarou apoio a Lula. O ministro citou, no Rio, o Arco Rodoviário Metropolitano ao falar de obras de infra-estrutura que podem ser feitas com a parceria entre União e Estado.
Mantega classificou de "fofoca" a notícia de que Lula já cogitaria mudança na Fazenda num segundo mandato, o substituindo pelo presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli.
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