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Politica Brasil
Terça - 24 de Outubro de 2006 às 08:09
Por: Téo Menezes

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O empresário paulista Abel Pereira afirmou ontem, em depoimento à Polícia Federal, que o chefe da máfia dos sanguessugas Luiz Antônio Trevisan Vedoin lhe ofereceu um suposto dossiê que envolveria com o esquema de liberação irregular de emendas parlamentares o senador petista Aloízio Mercadante, derrotado na disputa pelo governo de São Paulo.

Segundo Abel, que foi ouvido entre 9h e 11h na sede da Polícia Federal em Cuiabá, a oferta foi feita no início de agosto pelo próprio Luiz Antônio Vedoin. No dia 15 do mês passado, o empresário mato-grossense foi preso negociando com petistas um dossiê para vincular candidatos tucanos com a máfia dos sanguessugas. A negociação envolveria R$ 1,7 milhão em dinheiro vivo.

Abel garante que nem chegou a discutir o conteúdo e o valor do dossiê contra Aloízio Mercadante. Ele se encontrou com Luiz Antônio pela primeira vez no shopping Iguatemi, em São Paulo. Marcou outros dois encontros em Cuiabá com os chefes da máfia dos sanguessugas, inclusive o dono das empresas Frontal e Medical Equipamentos Hospitalares, Ronildo Medeiros.

Segundo o depoimento prestado ao delegado Diógenes Curado Filho, Abel veio a Cuiabá no mesmo mês de agosto para se reunir com os advogados que cuidam dos seus negócios em Mato Grosso, onde tem duas fazendas no município de Jaciara (140 km ao Leste da Capital). Devido à insistência de Luiz Antônio, que teria sido apresentado pelo ex-prefeito de Jaciara Valdizete Martins Nogueira (então do PSDB), o empresário paulista aceitou agendar novos encontros com os sanguessugas.

O segundo encontro entre Abel e Luiz Antônio estava previsto para ocorrer às 10h30 do dia 24 de agosto, no saguão do Hotel Taiamã. Foi transferido para às 14h, no Posto 10, localizado na avenida do CPA. De lá, Abel foi conduzido a uma empresa de fotocopiadora de propriedade da família Vedoin, a Multicópias. "Percebi que estava sendo filmado e pedi para a gente se encontrar num local público", relata Abel.

O terceiro encontro deveria ocorrer na noite do mesmo dia, no bar Deck Avenida. Na ocasião, Ronildo Medeiros surpreendeu ao comparecer dizendo que Luiz Antônio estava depondo na Polícia Federal e não poderia comparecer. "Depois disso, não voltamos a discutir o assunto", completa.

O depoimento que Abel prestou ontem levanta ainda mais dúvidas no "dossiêgate". Ele foi acusado pelos sócios-proprietários da Planam Darci Vedoin e o seu filho Luiz Antônio de receber 6,5% de propina por cada emenda parlamentar viabilizada no Ministério da Saúde durante a gestão do PSDB. O mesmo disse Ronildo à Justiça Federal.

Havia também suspeita de que o empresário Abel Pereira tentou comprar o silêncio da família Vedoin para arquivar o dossiê antitucanos. Em nenhum momento, no entanto, foi cogitado o envolvimento do senador Aloízio Mercadante com a máfia dos sanguessugas.





Fonte: Gazeta Digital

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