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Politica Brasil
Segunda - 23 de Outubro de 2006 às 17:49

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Em depoimento de mais de três horas, o empresário Abel Pereira disse nesta segunda (23) à Polícia Federal que Luiz Antônio Vedoin, acusado de comandar a máfia dos sanguessugas, tentou vender um dossiê contra o candidato derrotado do PT ao governo paulista, senador Aloizio Mercadante. Os documentos mostrariam irregularidades na liberação de emendas ao orçamento da União apresentadas pelo senador.

"A princípio, falava-se em documentos que os Vedoin teriam e que poderiam comprometer o senador Aloizio Mercadante na sua candidatura ao governo do estado de São Paulo. Ele [Pereira] não é filiado a qualquer partido político e, portanto, disse aos Vedoin que não poderia ser o intermediário desta negociação", afirmou Eduardo Silveira Mello Rodrigues, advogado de Abel Pereira.

A família Vedoin é dona da empresa Planam, acusada de comandar o esquema de venda superfaturada de ambulâncias para prefeituras e órgãos do governo. As ambulâncias eram pagas com recursos da União por meio de emendas apresentadas por parlamentares.

O advogado Rodrigues disse que seu cliente foi procurado três vezes pelos Vedoin, que afirmavam ter documentos que mostravam irregularidades nas liberações de emendas de Mercadante, derrotado na eleição ao governo de São Paulo.

Rodrigues revelou que o primeiro encontro ocorreu no Shopping Iguatemi. Segundo ele, depois houve outros dois, no Bar Deck-Avenida, em Cuiabá. De acordo com o advogado, com um documento contra Mercadante, Vedoin insistia que tinha provas suficientes para influenciar o resultado das eleições em qualquer Estado.

Segundo o advogado, Abel Pereira não teria tratado de valores nesses encontros e teria sido procurado apenas por ser amigo de Barjas Negri, ex-ministro da Saúde no governo de Fernando Henrique Cardoso e hoje prefeito de Piracicaba (SP).

Abel Pereira é acusado de receber 6,5% por cento para intermediar a liberação de verbas do ministério da saúde para compras de ambulâncias superfaturadas na gestão de Barjas Negri, do PSDB. O empresário tambem é suspeito de tentar comprar o silêncio dos donos da Planan no caso do dossiê contra políticos do PSDB.

No depoimento à PF, Abel Pereira disse ter sido vítima de uma armação entre os Vedoin e o PT e afirmou que não teve participação no esquema da máfia dos sanguessugas.

Dossiê antitucano O suposto dossiê contra Aloizio Mercadante surge como mais uma parte da história iniciada dia 15 de setembro, após a prisão dos petistas Valdebran Padilha e Gedimar Passos com R$ 1,7 milhão em um hotel de São Paulo.

O dinheiro seria usado supostamente para pagar um dossiê que conteria denúncias ligando o governador eleito de São Paulo, José Serra, à máfia das sanguessugas. A trama tinha o objetivo de impulsionar a candidatura de Aloizio Mercadante (PT) ao Palácio dos Bandeirantes.

O escândalo derrubou o deputado Ricardo Berzoini da coordenação da campanha do presidente Lula e teve efeito dominó sobre outros petistas graúdos.

Freud Godoy, assessor especial do presidente, Osvaldo Vargas, que escreveu o capítulo de emprego e trabalho do programa de governo petista, Hamilton Lacerda, assessor de comunicação da campanha de Mercadante ao governo de São Paulo e Jorge Lorenzetti, analista de risco da campanha e “churrasqueiro” de Lula foram alguns dos que caíram devido ao escândalo.





Fonte: G1

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