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Politica Brasil
Segunda - 23 de Outubro de 2006 às 11:10

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"O tempo está se esgotando para aqueles que querem impedir um segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT)." Com essa frase, o correspondente Larry Rohter, do New York Times, abre seu texto deste domingo sobre as eleições presidenciais brasileiras.

Intitulado "In Surprise, Brazil's Da Silva is back on top", algo como "A surpreendente volta de Lula ao topo", o extenso artigo de mais de quinze parágrafos faz uma análise da corrida presidencial brasileira. Traça um perfil de Lula e de Geraldo Alckmin (PSDB), compara trajetórias e é embasado pelas opiniões dos analistas políticos Lúcia Hipólito e Rubens Figueiredo, além de citar a coluna de Arnaldo Jabor do jornal O Globo.

O texto explica o enfraquecimento que a compra do dossiê contra tucanos implicou à candidatura de Lula, alavancando Geraldo Alckmin ao segundo turno das eleições.

"Até o meio de setembro, parecia que Lula ia ganhar facilmente a eleição, já no primeiro turno. Mas aí a Polícia deteve alguns de seus companheiros de partido prestes a pagar R$ 1,75 milhões em dinheiro para um dossiê que aparentemente continha material para incriminar o partido de Alckmin num escândalo de corrupção. Lula, um ex-metalúrgico e líder sindical de 60 anos, negou envolvimento na armação, mas acabou sendo enfraquecido nas urnas no primeiro turno das eleições presidenciais. O petista obteve 48,6% dos votos, ao ponto que Alckmin - um médico de 53 anos e ex-governador de São Paulo, o Estado mais populoso num país de 185 milhões de pessoas - obteve 41,6 % dos votos. Quem tivesse a maioria absoluta nas urnas, venceria o pleito."

Rohter fala também das últimas notícias sobre a investigação no caso do dossiê, ressaltando o fato que evidencia que o dinheiro pode ter origens criminosas.

O correspondente aponta que a perda de votos do primeiro turno foi revertida por Lula à medida que o petista começou a dizer que Alckmin tinha um discurso repetitivo e sem propostas concretas e acusar o tucano de querer extinguir as políticas sociais e de ser privatista.

"Lula conseguiu aumentar sua vantagem para Alckmin ao acusar seu oponente de fazer uma campanha 'de uma nota só', centralizada em acusar Lula de corrupto e falha em apresentar 'propostas positivas para o Brasil'. Ele também acusa Alckmin de pretender privatizar as empresas estataus e eliminar programas sociais; acusações estas que Alckmin veementemente chamou de 'grande mentira'."

O jornalista americano fala em seu texto que nada adiantou a Alckmin, pois, segundo o cientista político Rubens Figueiredo, entrevistado por Rohter, enquanto Alckmin fala e se veste de maneira bonita, Lula está mais aproximado do povo, "colocando comida na mesa" (dos mais pobres).

O texto do New York Times ressalta ainda que, embora fosse considerado um candidato insípido ou até bonzinho - o correspondente explica o apelido 'picolé de chuchu' - Alckmin demonstrou agressividade no primeiro debate presidencial e que, embora o tucano tenha dado a impressão de vitorioso durante o programa televisionado, foi o derrotado nas pesquisas eleitorais realizadas após o debate.

"Após aquele debate, muitos analistas políticos e comentaristas concluíram que Alckmin foi melhor que seu oponente. Porém, a vantagem de Lula só cresceu desde então, e os eleitores reclamaram que Alckmin demonstrou uma postura muito agressiva".

Rohter fecha o texto com uma frase de Lúcia Hipólito: "Será muito, muito difícil para Alckmin vencer. Agora, somente o próprio PT pode derrotar Lula".





Fonte: Terra

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