Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Segunda - 23 de Outubro de 2006 às 05:26

    Imprimir


Aos 6 anos, Hannah perdeu o pai, o antropólogo Andreas Kowalsk, que foi uma das vítimas da queda do Boeing da Gol, em 29 de setembro. Ele voltava de uma viagem de cinco semanas para visitar tribos indígenas.

O avião caiu em uma região de mata fechada em Mato Grosso, depois de ter se chocado com um jato Legacy. Os 148 passageiros e seis tripulantes morreram.

A morte de Kowalsk pode ter chegado até ela 15 dias antes do acidente realmente acontecer. Na escola, a professora lembra que foi uma manhã diferente. ''Ela chegou triste, pertinho de mim e disse que havia tido um sonho muito ruim. Contou: 'Sonhei que um avião caiu''', lembra Ana Carolina Valle. ''Num segundo momento, após o recreio, ela parou e disse: 'Tia, o avião do meu pai caiu'. Eu me assustei. Tinha outra professora na sala, nós nos olhamos e não perguntei nada naquele momento."

Duas semanas depois, no dia do acidente, Hannah teve o segundo pressentimento. Foi entre 16h30 e 17h, quando provavelmente ocorreu a queda do avião. Ela estava brincando na casa de uma amiga e fez um comentário com a empregada. ''Estava na cozinha, as meninas estavam brincando no quarto, quando a Hannah me chamou e falou: 'Jô, sabia que o avião do meu pai explodiu?'. Perguntei: 'Hannah, quem te falou isso?'. E ela disse: 'Eu vi'. Levei um susto'', relata a doméstica Jocilene Bispo dos Santos.

A mãe de Hannah também ficou assustada. Mas não acredita que a filha tenha algum tipo de dom para prever o futuro. Acha que a criança sentiu a emoção de uma despedida de amor entre pai e filha. ''Para mim, na hora do acidente, só deu tempo para ele pensar nela. Por isso ela sentiu essa energia'', opina Dalva Veloso Kowalski, mãe de Hannah.

O conhecimento científico não permite afirmar que coisas como premonição existam de fato. O coordenador do Departamento de Infância e Adolescência da Sociedade Brasileira de Psiquiatria prefere seguir outro raciocínio. ''Uma criança ao redor dessa idade começa a apresentar um medo muito grande da separação dos pais. Paralelamente nessa idade, ela também começa a desenvolver a noção de morte como algo irreversível, que não volta'', analisa o psiquiatra Francisco Assunção Júnior.





Fonte: G1

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/266526/visualizar/