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Para Wilson Santos, Geraldo Alckmim ainda pode reverter eleições
Prefeito da capital do Estado e o nome mais consistente dentro do PSDB, o prefeito Wilson Santos tem pela frente a difícil missão de administrar Cuiabá e seus problemas, fazer política partidária e tentar construir uma base sólida que lhe permita pensar num novo mandato, ou seja, na reeleição em 2008 e quem sabe na sucessão do governador Blairo Maggi (PPS) em 2010.
Politicamente próximo do governador e da primeira-dama, Terezinha Maggi, Wilson Santos acabou ficando dividido por ser do PSDB, que teve o senador Antero Paes de Barros como candidato derrotado ao governo do Estado pela segunda vez por Blairo Maggi, a difícil e incômoda situação de ter que optar na disputa eleitoral.
Para os tucanos, Wilson Santos poderia ter se empenhado mais e para os socialistas ele entrou demais na campanha deste ano. Fora isso, a opção de Maggi pela candidatura Lula e dele pela de Alckmin gerou ainda mais insatisfação entre ambos os grupos.
Admitindo que a crise do agronegócio vai pressionar ainda mais as finanças das prefeituras municipais de Mato Grosso, Wilson Santos ressalta que as receitas municipais tem crescido em detrimento das receitas estaduais e federais, que vem em queda acentuada, e aponta que se não houver uma reviravolta os serviços públicos como saúde, educação e segurança pública, entre outros, vão entrar em colapso.
DC de Cuiabá – Com a reeleição do governador Blairo Maggi (PPS) para mais um mandato, o quadro político se encontra definido por agora. No futuro o senhor pensa em ser candidato ao governo do Estado em 2010?
Wilson – Vou dar uma resposta muito batida no meio político, mas sincera. O meu futuro a Deus pertence e ao povo de Cuiabá. Em 1988, quando decidi entrar para a vida pública, tinha o sonho de ser prefeito de Cuiabá e me sinto realizado por isso. Tenho uma carreira de 20 anos de vida pública contínua, de vereador por dois anos, deputado estadual por oito anos, deputado federal por seis anos e agora prefeito da Capital por quatro. Me dou por satisfeito. Agora, se serei prefeito novamente, governador ou qualquer cargo, depende de Deus e da vontade popular.
DC – Mas político faz planos, planejamento. O senhor não pensa em futuro?
Wilson – Hoje não tenho nada definido. A questão da reeleição de Cuiabá vai depender de muitas outras coisas. Por exemplo, a reeleição vai continuar ou vai acabar? Quem tem essa resposta? Há uma possibilidade da reeleição ser extinta.
DC – O senhor foi deputado federal até algum tempo atrás e votou pela reeleição. E agora o senhor é a favor do instituto da reeleição?
Wilson – Em alguns países da Europa existem administradores com mais de 30 anos de mandato eleitoral. O problema não é reeleição ou não, é o “modus operandi”, utilização da máquina pública, o fisiologismo, o desvio dos interesses públicos para o privado, é como os atuais ocupantes de cargos se utilizam da função. Sou em princípio favorável, simpático à reeleição, mas com o aumento do controle da sociedade sobre o poder público.
DC – Essa não é uma posição dúbia, em cima do muro?
Wilson – Vejamos o exemplo de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. Se você perguntar ao cidadão se ele quer o governador André Puccinelli (PMDB) como prefeito ele quer por 100 anos. Agora se você perguntar sobre o governador Zeca do PT, nunca mais quer ver, nem pelas costas.
DC – Isto acontece em todo o Brasil?
Wilson – É o que digo, depende do gestor e de como ele trabalhou durante sua administração. Uns vão permanecer nos cargos políticos por um bom tempo, outros é possível que nem consigam terminar seu mandato. O ideal seria termos instrumentos como nos Estados Unidos, onde no meio do mandato a população por maioria pode exigir um plebiscito onde se avalia a gestão do administrador e, se ela não for compatível, então se extingue o mandato e se elege novo representante.
DC – O senhor está deixando a administração municipal para auxiliar na campanha eleitoral. Mesmo com as pesquisas dando uma vantagem ao candidato petista, o senhor consideraria as eleições definidas?
Wilson – Não está definida. Falo com propriedade, por causa da minha eleição em 2004, que neste mesmo período, segundo pesquisa Vox Populi/TVCA, estávamos 20% atrás de nosso adversário e chegamos no dia da eleição e vencemos com 6% de vantagem. Todos os institutos de pesquisa erraram no primeiro turno. Ninguém apontava Alckmin com 41,8%, portanto, erraram, pois apontavam ele com 35%, erraram em 7%, em mais de 7 milhões de votos. Quem me garante que eles não estão errando novamente? É possível reverter este quadro, pois existem debates que serão assistidos pela maioria da população. Basta corrigir alguns pontos de seu plano para que ele vença as eleições por ter a melhor proposta.
DC – A sua ligação com o candidato Geraldo Alckmin está levando o senhor à campanha nacional tucana?
Wilson – Estou indo para a campanha porque ele esteve na minha campanha em 2004, no momento mais difícil da mesma. É um gestor moderno, honesto e que tem soluções para os problemas do Brasil, de Mato Grosso e de Cuiabá. Ele vencendo será muito bom para Cuiabá, para Mato Grosso e para o Brasil todo. Será ótimo, vocês poderão presenciar como ele é bom gestor do dinheiro público.
DC – Ele (Alckmin) tem compromissos com Mato Grosso?
Wilson – Sem dúvida alguma. Ele vai trazer a Ferrovia, vai concluir as obras das Rodovias Federais BRs 163, 158, 364, 070, vai instalar a fábrica de fertilizantes da Petrobras para nossa Capital e, principalmente, vai recuperar o agronegócio, que foi esquecido pelo atual governo Federal. Ele é um gestor aprovado pela população de São Paulo, e não esqueçam que lá é reduto eleitoral tanto dele como do presidente Lula.
DC – Ele foi vencedor das eleições presidenciais no primeiro turno em Mato Grosso. Como será o resultado no segundo turno?
Wilson – Se depender de Wilson Santos e da população, sua vitória no segundo turno será ainda maior aqui em Mato Grosso e em todo o Brasil. Tenho convicção de que o PSDB e Geraldo Alckmin serão eleitos para levar o Brasil de volta ao desenvolvimento. A população mandou um recado claro no primeiro turno. Não vai votar num governo que levou Mato Grosso ao caos, à crise. O menor crescimento econômico foi nos últimos quatro anos. Chegamos a crescer na faixa de 14% antes de 2003 e, de lá para cá, só caímos. Se não houver algo a ser feito, neste ano Mato Grosso vai crescer 0%. Nunca vivemos uma crise como esta no campo. A situação, se não for revertida, será de colapso total.
DC – E quais as conseqüências, para os municípios, dessa crise no agronegócio?
Wilson – Os investimentos estão quase zerados em setores essenciais como saúde e educação. A maioria esmagadora dos municípios terá dificuldades em pagar o 13º salário e até mesmo os salários normais dos meses. A queda na arrecadação do ICMS municipal beira mais de 15% e a crise já dura mais de dois anos, tudo por causa da política cambial do atual governo. O PSDB fez duas ações importantíssimas para a agricultura, foi um marco, com a securitização da safra agrícola, com a desoneração dos produtos e com o financiamento dos produtores que geram riqueza e dividendos para o país, aquecem a economia e mudam o perfil econômico da nação. Quando o governo Fernando Henrique Cardoso assumiu, em 1995, o Brasil produzia 80 milhões de toneladas/ano, em 2002 isso foi parar em 120 milhões de toneladas por ano, um crescimento de 50%, graças ao esforço do governo do PSDB. Nós somos amigos do campo e da agricultura.
DC – Mas e o governador Blairo Maggi, por que ele aderiu à campanha pela reeleição do presidente Lula?
Wilson – Eu respeito essa decisão. Política é assim. As pessoas têm decisões que muitas vezes vão contra aquelas que achamos corretas, mas respeito sua decisão pessoal e acredito que ele tenha visto nas propostas do candidato petista mais vantagens para Mato Grosso, que é um Estado que depende do governo federal para continuar crescendo. Ele [Blairo] preferiu no primeiro turno a neutralidade por causa da candidatura tucana e agora decidiu acompanhar o presidente na campanha à reeleição. Mas é preciso esclarecer que o candidato tucano Geraldo Alckmin tem ligações de amizade com o governador Blairo Maggi.
DC – Se o presidente Alckmin for eleito, como ficará Mato Grosso na gestão do PSDB?
Wilson – São estilos de gestão diferentes. O candidato Geraldo Alckmin é um político honesto e o seu partido, o PSDB, é amigo do agronegócio, por isso Mato Grosso continuará sendo tratado com respeito, ao contrário do governo do PT, que levou Mato Grosso à bancarrota, a uma crise sem precedentes e à falência dos produtores agrícolas. No agronegócio ninguém vai votar em quem tentou de todas as maneiras prejudicar o setor.
DC – Como foi o tratamento dispensado a Cuiabá pelo governo Federal?
Wilson – Muito aquém do que poderia ter sido feito. Cuiabá tem uma importância ímpar, tanto economicamente falando como na prestação de serviços, e recebe recursos minguados e à custa de muitos esforços. Se dependesse exclusivamente do governo federal, os recursos seriam ainda menores, porque a maioria vem através de emendas dos deputados federais e senadores de Mato Grosso no Congresso Nacional. O governo federal está nos retirando R$ 7 milhões da Educação, nos repassando R$ 590 mil a menos por mês do Fundef, reconheceu uma dívida da saúde da ordem de R$ 21 milhões, mas não nos repassa os recursos, o QualiSus de reforma, capacitação e melhoria, com R$ 4,5 milhões, e não nos repassa os recursos. Reconheço que existem convênios, mas aquém da realidade e da importância de nossa cidade e de nosso Estado.
DC – E com relação ao governo do Estado, como tem sido o tratamento dispensado a Cuiabá?
Wilson – O governador Blairo Maggi se não faz mais por Cuiabá é porque não tem condições diante da crise que se abate nas finanças públicas. Temos tido uma parceria profícua, mas que poderia ser melhor se não fossem as crises que vivemos na atualidade. Basta ver que a cidade contribui com mais de R$ 1 bilhão do ICMS arrecadado pelo Governo do Estado e com 50% da arrecadação do IPVA. O retorno, no entanto, está aquém desta realidade, pois contribuímos com 1/3 do total arrecadado e não recebemos 20% deste montante de volta, e isto prejudica sensivelmente os investimentos que deveríamos fazer para melhorar a qualidade de vida da população. Quem segura a economia de Mato Grosso é Cuiabá e Várzea Grande, mas recebem muito aquém do que deveriam receber pela importância como cidades e como população que elas têm no cenário mato-grossense.
DC – No que diz respeito à sua gestão, como andam os investimentos nos setores essenciais?
Wilson – Temos três itens em nossa gestão que não batem em Cuiabá. A população pedindo mais obras, o que é de direito. Os funcionários pleiteando aumento, o que é legítimo, e as receitas caindo, só a municipal crescendo. Então, temos a arrecadação municipal crescendo graças à nossa eficiência fiscal e temos os repasses do Estado e da União caindo. Cumprimos a Lei de Responsabilidade Fiscal, mas estamos na dependência de que o Estado e a União também o façam para não prejudicar o município. A arrecadação do ICMS de Cuiabá vai cair até o final deste ano R$ 133 milhões.
DC – Mas o que o senhor vem fazendo para enfrentar a crise?
Wilson – Fechamos cinco secretarias e extinguimos 30% dos cargos de confiança, os DAS, então, não há mais o que fazer, apenas aperfeiçoar e torcer para que as receitas do Estado e da União voltem para os patamares de anos passados. Agora é preciso chamar a atenção das pessoas para a criação do Super Simples, que é a decisão do Governo Federal de passar para a União a arrecadação do ISSQN -- Impostos Sobre Serviços de Qualquer Natureza, hoje de responsabilidade dos municípios. Se isso acontecer, será a falência dos municípios e de todos. Somente um pacto federativo pode mudar essa situação, onde a União fica com 60% de tudo que é arrecadado, os estados ficam com 26% e os municípios com 14%, isto é sadismo fiscal. O governo Federal quer enfiar goela abaixo dos municípios sua incapacidade.
DC – Prefeito, mesmo diante de tanta crise, como anda sua administração?
Wilson – Nós recuperamos nossa capacidade de investimento de recursos próprios, temos mais de 50 obras em andamento e tratamos a coisa pública com transparência, honestidade, eficiência e principalmente ouvindo a população. Existem obras em todas as áreas, saúde, educação, creches, transporte público, enfim, naquilo que a população considera essencial, estamos atuando com rigor e com determinação. Para se ter uma idéia, em 2004, na gestão passada, apenas R$ 4 milhões em recursos próprios foram investidos. No nosso primeiro ano, investimos R$ 9 milhões e neste ano atingimos R$ 20 milhões, numa demonstração do nosso empenho e determinação em prol de Cuiabá.
Politicamente próximo do governador e da primeira-dama, Terezinha Maggi, Wilson Santos acabou ficando dividido por ser do PSDB, que teve o senador Antero Paes de Barros como candidato derrotado ao governo do Estado pela segunda vez por Blairo Maggi, a difícil e incômoda situação de ter que optar na disputa eleitoral.
Para os tucanos, Wilson Santos poderia ter se empenhado mais e para os socialistas ele entrou demais na campanha deste ano. Fora isso, a opção de Maggi pela candidatura Lula e dele pela de Alckmin gerou ainda mais insatisfação entre ambos os grupos.
Admitindo que a crise do agronegócio vai pressionar ainda mais as finanças das prefeituras municipais de Mato Grosso, Wilson Santos ressalta que as receitas municipais tem crescido em detrimento das receitas estaduais e federais, que vem em queda acentuada, e aponta que se não houver uma reviravolta os serviços públicos como saúde, educação e segurança pública, entre outros, vão entrar em colapso.
DC de Cuiabá – Com a reeleição do governador Blairo Maggi (PPS) para mais um mandato, o quadro político se encontra definido por agora. No futuro o senhor pensa em ser candidato ao governo do Estado em 2010?
Wilson – Vou dar uma resposta muito batida no meio político, mas sincera. O meu futuro a Deus pertence e ao povo de Cuiabá. Em 1988, quando decidi entrar para a vida pública, tinha o sonho de ser prefeito de Cuiabá e me sinto realizado por isso. Tenho uma carreira de 20 anos de vida pública contínua, de vereador por dois anos, deputado estadual por oito anos, deputado federal por seis anos e agora prefeito da Capital por quatro. Me dou por satisfeito. Agora, se serei prefeito novamente, governador ou qualquer cargo, depende de Deus e da vontade popular.
DC – Mas político faz planos, planejamento. O senhor não pensa em futuro?
Wilson – Hoje não tenho nada definido. A questão da reeleição de Cuiabá vai depender de muitas outras coisas. Por exemplo, a reeleição vai continuar ou vai acabar? Quem tem essa resposta? Há uma possibilidade da reeleição ser extinta.
DC – O senhor foi deputado federal até algum tempo atrás e votou pela reeleição. E agora o senhor é a favor do instituto da reeleição?
Wilson – Em alguns países da Europa existem administradores com mais de 30 anos de mandato eleitoral. O problema não é reeleição ou não, é o “modus operandi”, utilização da máquina pública, o fisiologismo, o desvio dos interesses públicos para o privado, é como os atuais ocupantes de cargos se utilizam da função. Sou em princípio favorável, simpático à reeleição, mas com o aumento do controle da sociedade sobre o poder público.
DC – Essa não é uma posição dúbia, em cima do muro?
Wilson – Vejamos o exemplo de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. Se você perguntar ao cidadão se ele quer o governador André Puccinelli (PMDB) como prefeito ele quer por 100 anos. Agora se você perguntar sobre o governador Zeca do PT, nunca mais quer ver, nem pelas costas.
DC – Isto acontece em todo o Brasil?
Wilson – É o que digo, depende do gestor e de como ele trabalhou durante sua administração. Uns vão permanecer nos cargos políticos por um bom tempo, outros é possível que nem consigam terminar seu mandato. O ideal seria termos instrumentos como nos Estados Unidos, onde no meio do mandato a população por maioria pode exigir um plebiscito onde se avalia a gestão do administrador e, se ela não for compatível, então se extingue o mandato e se elege novo representante.
DC – O senhor está deixando a administração municipal para auxiliar na campanha eleitoral. Mesmo com as pesquisas dando uma vantagem ao candidato petista, o senhor consideraria as eleições definidas?
Wilson – Não está definida. Falo com propriedade, por causa da minha eleição em 2004, que neste mesmo período, segundo pesquisa Vox Populi/TVCA, estávamos 20% atrás de nosso adversário e chegamos no dia da eleição e vencemos com 6% de vantagem. Todos os institutos de pesquisa erraram no primeiro turno. Ninguém apontava Alckmin com 41,8%, portanto, erraram, pois apontavam ele com 35%, erraram em 7%, em mais de 7 milhões de votos. Quem me garante que eles não estão errando novamente? É possível reverter este quadro, pois existem debates que serão assistidos pela maioria da população. Basta corrigir alguns pontos de seu plano para que ele vença as eleições por ter a melhor proposta.
DC – A sua ligação com o candidato Geraldo Alckmin está levando o senhor à campanha nacional tucana?
Wilson – Estou indo para a campanha porque ele esteve na minha campanha em 2004, no momento mais difícil da mesma. É um gestor moderno, honesto e que tem soluções para os problemas do Brasil, de Mato Grosso e de Cuiabá. Ele vencendo será muito bom para Cuiabá, para Mato Grosso e para o Brasil todo. Será ótimo, vocês poderão presenciar como ele é bom gestor do dinheiro público.
DC – Ele (Alckmin) tem compromissos com Mato Grosso?
Wilson – Sem dúvida alguma. Ele vai trazer a Ferrovia, vai concluir as obras das Rodovias Federais BRs 163, 158, 364, 070, vai instalar a fábrica de fertilizantes da Petrobras para nossa Capital e, principalmente, vai recuperar o agronegócio, que foi esquecido pelo atual governo Federal. Ele é um gestor aprovado pela população de São Paulo, e não esqueçam que lá é reduto eleitoral tanto dele como do presidente Lula.
DC – Ele foi vencedor das eleições presidenciais no primeiro turno em Mato Grosso. Como será o resultado no segundo turno?
Wilson – Se depender de Wilson Santos e da população, sua vitória no segundo turno será ainda maior aqui em Mato Grosso e em todo o Brasil. Tenho convicção de que o PSDB e Geraldo Alckmin serão eleitos para levar o Brasil de volta ao desenvolvimento. A população mandou um recado claro no primeiro turno. Não vai votar num governo que levou Mato Grosso ao caos, à crise. O menor crescimento econômico foi nos últimos quatro anos. Chegamos a crescer na faixa de 14% antes de 2003 e, de lá para cá, só caímos. Se não houver algo a ser feito, neste ano Mato Grosso vai crescer 0%. Nunca vivemos uma crise como esta no campo. A situação, se não for revertida, será de colapso total.
DC – E quais as conseqüências, para os municípios, dessa crise no agronegócio?
Wilson – Os investimentos estão quase zerados em setores essenciais como saúde e educação. A maioria esmagadora dos municípios terá dificuldades em pagar o 13º salário e até mesmo os salários normais dos meses. A queda na arrecadação do ICMS municipal beira mais de 15% e a crise já dura mais de dois anos, tudo por causa da política cambial do atual governo. O PSDB fez duas ações importantíssimas para a agricultura, foi um marco, com a securitização da safra agrícola, com a desoneração dos produtos e com o financiamento dos produtores que geram riqueza e dividendos para o país, aquecem a economia e mudam o perfil econômico da nação. Quando o governo Fernando Henrique Cardoso assumiu, em 1995, o Brasil produzia 80 milhões de toneladas/ano, em 2002 isso foi parar em 120 milhões de toneladas por ano, um crescimento de 50%, graças ao esforço do governo do PSDB. Nós somos amigos do campo e da agricultura.
DC – Mas e o governador Blairo Maggi, por que ele aderiu à campanha pela reeleição do presidente Lula?
Wilson – Eu respeito essa decisão. Política é assim. As pessoas têm decisões que muitas vezes vão contra aquelas que achamos corretas, mas respeito sua decisão pessoal e acredito que ele tenha visto nas propostas do candidato petista mais vantagens para Mato Grosso, que é um Estado que depende do governo federal para continuar crescendo. Ele [Blairo] preferiu no primeiro turno a neutralidade por causa da candidatura tucana e agora decidiu acompanhar o presidente na campanha à reeleição. Mas é preciso esclarecer que o candidato tucano Geraldo Alckmin tem ligações de amizade com o governador Blairo Maggi.
DC – Se o presidente Alckmin for eleito, como ficará Mato Grosso na gestão do PSDB?
Wilson – São estilos de gestão diferentes. O candidato Geraldo Alckmin é um político honesto e o seu partido, o PSDB, é amigo do agronegócio, por isso Mato Grosso continuará sendo tratado com respeito, ao contrário do governo do PT, que levou Mato Grosso à bancarrota, a uma crise sem precedentes e à falência dos produtores agrícolas. No agronegócio ninguém vai votar em quem tentou de todas as maneiras prejudicar o setor.
DC – Como foi o tratamento dispensado a Cuiabá pelo governo Federal?
Wilson – Muito aquém do que poderia ter sido feito. Cuiabá tem uma importância ímpar, tanto economicamente falando como na prestação de serviços, e recebe recursos minguados e à custa de muitos esforços. Se dependesse exclusivamente do governo federal, os recursos seriam ainda menores, porque a maioria vem através de emendas dos deputados federais e senadores de Mato Grosso no Congresso Nacional. O governo federal está nos retirando R$ 7 milhões da Educação, nos repassando R$ 590 mil a menos por mês do Fundef, reconheceu uma dívida da saúde da ordem de R$ 21 milhões, mas não nos repassa os recursos, o QualiSus de reforma, capacitação e melhoria, com R$ 4,5 milhões, e não nos repassa os recursos. Reconheço que existem convênios, mas aquém da realidade e da importância de nossa cidade e de nosso Estado.
DC – E com relação ao governo do Estado, como tem sido o tratamento dispensado a Cuiabá?
Wilson – O governador Blairo Maggi se não faz mais por Cuiabá é porque não tem condições diante da crise que se abate nas finanças públicas. Temos tido uma parceria profícua, mas que poderia ser melhor se não fossem as crises que vivemos na atualidade. Basta ver que a cidade contribui com mais de R$ 1 bilhão do ICMS arrecadado pelo Governo do Estado e com 50% da arrecadação do IPVA. O retorno, no entanto, está aquém desta realidade, pois contribuímos com 1/3 do total arrecadado e não recebemos 20% deste montante de volta, e isto prejudica sensivelmente os investimentos que deveríamos fazer para melhorar a qualidade de vida da população. Quem segura a economia de Mato Grosso é Cuiabá e Várzea Grande, mas recebem muito aquém do que deveriam receber pela importância como cidades e como população que elas têm no cenário mato-grossense.
DC – No que diz respeito à sua gestão, como andam os investimentos nos setores essenciais?
Wilson – Temos três itens em nossa gestão que não batem em Cuiabá. A população pedindo mais obras, o que é de direito. Os funcionários pleiteando aumento, o que é legítimo, e as receitas caindo, só a municipal crescendo. Então, temos a arrecadação municipal crescendo graças à nossa eficiência fiscal e temos os repasses do Estado e da União caindo. Cumprimos a Lei de Responsabilidade Fiscal, mas estamos na dependência de que o Estado e a União também o façam para não prejudicar o município. A arrecadação do ICMS de Cuiabá vai cair até o final deste ano R$ 133 milhões.
DC – Mas o que o senhor vem fazendo para enfrentar a crise?
Wilson – Fechamos cinco secretarias e extinguimos 30% dos cargos de confiança, os DAS, então, não há mais o que fazer, apenas aperfeiçoar e torcer para que as receitas do Estado e da União voltem para os patamares de anos passados. Agora é preciso chamar a atenção das pessoas para a criação do Super Simples, que é a decisão do Governo Federal de passar para a União a arrecadação do ISSQN -- Impostos Sobre Serviços de Qualquer Natureza, hoje de responsabilidade dos municípios. Se isso acontecer, será a falência dos municípios e de todos. Somente um pacto federativo pode mudar essa situação, onde a União fica com 60% de tudo que é arrecadado, os estados ficam com 26% e os municípios com 14%, isto é sadismo fiscal. O governo Federal quer enfiar goela abaixo dos municípios sua incapacidade.
DC – Prefeito, mesmo diante de tanta crise, como anda sua administração?
Wilson – Nós recuperamos nossa capacidade de investimento de recursos próprios, temos mais de 50 obras em andamento e tratamos a coisa pública com transparência, honestidade, eficiência e principalmente ouvindo a população. Existem obras em todas as áreas, saúde, educação, creches, transporte público, enfim, naquilo que a população considera essencial, estamos atuando com rigor e com determinação. Para se ter uma idéia, em 2004, na gestão passada, apenas R$ 4 milhões em recursos próprios foram investidos. No nosso primeiro ano, investimos R$ 9 milhões e neste ano atingimos R$ 20 milhões, numa demonstração do nosso empenho e determinação em prol de Cuiabá.
Fonte:
Diário de Cuiabá
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/266684/visualizar/
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