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Politica Brasil
Quinta - 19 de Outubro de 2006 às 13:51

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O candidato tucano durante a sabatina no Teatro Folha O candidato Geraldo Alckmin (PSDB) disse que vai priorizar a reforma política caso seja eleito presidente. Ele afirmou que enviará ao Congresso um projeto que prevê o fim da reeleição, com a manutenção de mandato de quatro anos. A regra valeria já para seu mandato. No projeto, ele afirmou que estariam incluídos ainda a fideliadade partidária e o voto distrital.

Veja a seguir outros dos principais pontos da sabatina, realizada nesta quinta (19), no Teatro Folha, em São Paulo:

Pesquisas Para Alckmin, a eleição à Presidência não está definida, ao comentar a desvantagem de 19 pontos percentuais em relação ao candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, apontada pelo Datafolha. “A pesquisa de hoje é diferente da de amanhã”, afirmou, durante sabatina promovida nesta quinta-feira (19) pelo jornal “Folha de S. Paulo”.

Citando o primeiro turno, Alckmin disse que, para os veículos de comunicação, a eleição já estaria encerrada, porque, segundo ele, Lula já era dado como eleito. “Há uma volatilidade muito grande. O importante era chegarmos ao segundo turno”, afirmou.

Privatizações Alckmin voltou a rebater as acusações de Lula de que vai privatizar a Petrobras, Banco do Brasil, Correios e Caixa Econômica Federal, mas defendeu as privatizações feitas durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.

“Foram feitas corretamente. A Embraer tinha 4 mil funcionários, hoje 12 mil; telefonia recebeu R$ 100 bilhões em investimentos e hoje tem 90 milhões de celulares”, disse.

Segundo ele, sua prioridade caso seja eleito não será privatizar, mas formar parcerias com a iniciativa privada para complementar investimentos em infra-estrutura. “A privatização cumpriu uma etapa. Nossa prioridade agora é concessão.”

Corte de gastos Alckmin disse que seu principal assessor econômico, Yoshiaki Nakano, “tem toda a razão” quando defende corte de até 3% do Produto Interno Bruto (PIB) para equilibrar as contas públicas.

O tucano declarou que vai perseguir um déficit nominal zero, ainda que isso possa levar mais de quatro anos. Ele afirmou que vai reduzir desperdícios com a implantação de compras por pregões eletrônicos, que teriam reduzindo gastos de R$ 4 bilhões em São Paulo, quando foi governador.

Ética “O Lula se aliou ao que há de pior na política, sob todos os pontos de vista”, declarou, ao ser questionado sobre os escândalos que envolvem o governo.

Segundo ele, os escândalos “não são isolados, são institucionais”. Sobre a elaboração do dossiê antitucano, disse que bastaria a Lula “perguntar para seus companheiros de 30 anos” para descobrir a origem, “mas ele não tem curiosidade de saber”.

Aliados Sobre a aliança PSDB-PFL, que o faz ter na campanha personagens como o senador Antonio Carlos Magalhães e o governador eleito do Distrito Federal, José Roberto Arruda, que tiveram de renunciar para não serem cassados no episódio da violação do painel do Senado, afirmou que não é possível se “ter uma visão tão sectária, maniqueísta da política”. “Eles foram eleitos, não tenho intenção de ficar criticando nenhum deles.”

PSDB O candidato afirmou que não se sentia traído ou abandonado por seu partido. Segundo ele, o partido particuipou ativamente da campanha. "Foi bonita, modesta, crescendo com muito esforço. Devo muito ao PSDB e à aliança (PSDB-PFL)".

Mulher Perguntado sobre os vestidos que sua mulher, Lu, teria recebido durante seu mandato à frente do governo de São Paulo, Alckmin disse que não houve ilegalidade, uma vez que ela não seria funcionária pública. De acordo com ele, os vestidos teriam sido doados para a Santa Casa de Santa Fé do Sul (SP), que os vendeu em leilão. “Ela ainda ajudou", disse.

Filha Sobre o emprego de sua filha, Sophia, na Daslu, uma das mais luxuosas lojas do país, cujos donos são acusados contrabando e sonegação de impostos, o tucano afirmou que ela trabalhou como vendedora por dois meses, no período de Natal, a convite de uma amiga de faculdade. Depois, em outro período, foi chamada quando se abriu uma vaga fixa na loja. "Se a loja pagou imposto e não pagou é outra história", afirmou.

Política externa Alckmin criticou a política externa do presidente Lula. Ele disse que ela foi pautada pela tentativa de se obter uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU. "Mas não pode girar (a política externa) só em torno disso." O tucano alfinetou os fracassos na área externa do governo. "Perdeu o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), a diretoria da OMC (Organização Mundial do Comércio), a Rodada Doha (de comércio) está parada, o Mercosul não sai do papel."

Alca Segundo o tucano, as discussões sobre a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) já "estão um pouco ultrapassadas". Mas ele destacou a importância de comércio com os Estados Unidos. Alckmin disse que enquanto o governo não consegue sucessos na área externa, os Estados Unidos fazem parceirias com países do continente, como Chile, Equador, Argentina e Uruguai.

Impostos O tucano disse que vai reduzir os impostos caso seja eleito, como forma de fazer o Brasil crescer e aumentar a competitividade industrial do País. Inicialmentem, ele disse que baixaria os impostos ligados ao setor de transporte, para baratear passagens de ônibus, trêns e metrô.

Tamanho do Estado Geraldo Alckmin disse que fará um novo organograma do governo porque, segundo ele, a estrutura é “muito pesada”. Ele declarou que vai reduzir os cargos de comissão, que totalizariam 40 mil. “Vamos reduzir os cargos comissionados dos ‘companheiros’. Sou parlamentarista, e, no parlamentarismo, quando se troca o governo, se trocam 300 pessoas”, afirmou.

Crime organizado O candidato do PSDB disse que “pôs o dedo na ferida” no combate ao crime organizado durante seu governo em São Paulo, ao contrário do que seus opositores afirmam. O tucano afirmou que o índice de homicídios no estado caem ano a ano.

“Em 2005, foram pouco mais de 7 mil. Neste ano, não vai chegar a 6 mil. Latrocínio (roubo seguido de morte) teve redução de 64%”, declarou. Sobre a atuação de quadrilhas que atuam nos presídios de São Paulo, disse que o combate começou durante sua gestão. Ele citou a onda de rebeliões em 2004, quando 28 presídios tiveram motins de presos. “Não retrocedemos um milímetro”, disse.

União política “Vou trabalhar para unir o Brasil”, disse ao ser perguntado sobre a divisão geográfica entre seus eleitores, mais concentrados no Sudeste e Sul, e os de Lula, no Norte e Nordeste. “No Nordeste eu ganhei nas capitais e em mais de 300 cidades. Minha maior votação proporcional foi em Roraima (região Norte)”, disse.





Fonte: G1

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