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Politica Brasil
Quinta - 19 de Outubro de 2006 às 09:58

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O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, afirmou ontem ser possível identificar, ainda antes das eleições, no dia 29, parte da origem do dinheiro que seria usado por um grupo de petistas para a compra do dossiê contra os tucanos. Lacerda recebeu, em seu gabinete, os presidentes do PSDB, Tasso Jereissati (CE), e do PFL, Jorge Bornhausen (SC). "A ansiedade que os senhores sentem, a polícia também sente. A de vocês é política, a nossa é técnica e profissional", comentou o chefe da PF, durante o encontro.

Ao sair, Bornhausen agradeceu a receptividade, mas voltou a criticar o andamento das investigações: "Há uma demora (no desfecho do inquérito) e como temos acusações na imprensa de que o ministro da Justiça (Márcio Thomaz Bastos) tem procurado orientar réus e ao mesmo tempo interferir no trabalho, nós acreditamos que a PF pode atuar de forma autônoma nessa investigação, sem a presença de um criminalista na defesa de um candidato, seu patrão, já que ele é ministro", afirmou, segundo o Correio Braziliense. "O que nós pedimos é que a PF, com a sua autoridade e sem ficar atendendo a pedido do criminalista do Lula, faça o seu trabalho e revele à sociedade", afirmou o presidente do PFL.

Mesmo depois da conversa , Jereissati e Bornhausen protocolaram um manifesto de protesto contra a demora em se desvendar a origem dos R$ 1,7 milhão com que os petistas comprariam o dossiê contra o PSDB do empresário Luiz Antônio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas. "Toda a sociedade aguarda ansiosa a verdade sobre esse crime. Já se passaram 30 dias e a PF até agora não apontou sequer a responsabilidade pelos dólares", criticou o pefelista. Inquérito

Em outra parte da investigação, membros da CPI dos Sanguessugas começam a disputar publicamente os rumos da investigação. Críticas marcaram o dia de ontem em função de o presidente da comissão, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), ter marcado para o dia 31, ou seja, para depois do segundo turno, os primeiros depoimentos dos petistas envolvidos no caso do dossiê ¿ para aquela data, estão previstos os interrogatórios de Valdebran Padilha, Gedimar Passos e Jorge Lorenzetti.

O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), sub-relator da CPI, protestou: "Não sei qual é a razão de não haver depoimentos na próxima semana. Algumas pessoas poderiam ser ouvidas agora", protestou o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), sub-relator da CPI. "Estranhamente, não vamos ter reunião na semana que vem", censurou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG). "Do ponto de vista político, era interessante marcar os depoimentos o mais rápido possível. Mas, do ponto de vista da investigação, creio que não é possível chegar à frente da PF", resignou-se o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ).

Na véspera, a CPI conseguiu realizar sua primeira reunião administrativa. Nela, aprovou a convocação de todos os chamados petistas "aloprados", inclusive do ex-presidente do partido, Ricardo Berzoini. Também foram quebrados os sigilos bancário e fiscal do ex-assessor especial da Presidência, Freud Godoy, outro convocado, e aprovados convites para os quatro últimos ministros da Saúde ¿ José Serra, Barjas Negri, Humberto Costa e Saraiva Felipe.

O deputado Raul Jungmann (PPS-PE), vice-presidente da comissão, vai hoje a Cuiabá pegar cópia do relatório preliminar do delegado Diógenes Curado, responsável pelo inquérito. Ontem, Jungmann conversou por telefone com o juiz Jefferson Schneider, titular da 2ª Vara Federal do Mato Grosso. Segundo ele, Scheneider disse que os criminosos que fizeram o translado e a retirada do dinheiro são profissionais. "É coisa de bandido profissional e competente. Eles fizeram de tudo para evitar o rastreamento, para burlar o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e impedir que fosse detectada a origem do dinheiro", acusou o parlamentar.





Fonte: Terra

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