Flauta Mágica exige intensa preparação dos músicos da Orquestra da UFMT
O desafio de encarar a montagem de uma ópera foi lançado no final do ano passado pela Coordenação de Cultura da UFMT. Em abril deste ano, a primeira pílula foi apresentada aos cuiabanos, em um concerto em comemoração ao aniversário da capital. "A Abertura da ópera A Flauta Mágica inaugurou a preparação da Orquestra para seu maior projeto.
O maestro e diretor musical da montagem, Fabricio Carvalho, explica que os músicos receberam suas partituras - preparadas pelo violinista Yllen Almeida (spala convidado) - no final de julho e, em seguida, começaram os ensaios individuais. A Orquestra reunida começou a ensaiar no mês de agosto. Até a estréia, os 30 músicos da orquestra terão passado por uma intensa rotina de preparação, que inclui duas horas de ensaios por dia, quatro vezes por semana. Para as récitas ganhará o reforço de nove experientes músicos convidados de São Paulo e Belo Horizonte.
"Esses ensaios servem para tratamento da partitura e dos detalhes. Os músicos já tiveram o primeiro encontro com o coro e solistas da casa, no dia 12 de outubro", conta, acrescentando que nas duas últimas semanas os ensaios serão intensificados. "Teremos no dia 21 o ensaio chamado de à italiana ", adianta. Nessa ocasião, serão reunidos orquestra, coro e solistas. "Os cantores não precisam se preocupar com a cena. Eles vêm até o palco e a gente ensaia a partitura `cientificamente`, só a parte orquestral e o canto", explica. A partir deste dia, os ensaios serão corridos. Nos dias 22 e 23 são ensaios gerais com orquestra, cantores em cena, utilizando cenário, alguns figurinos, e testando maquiagem. Nos dias 24 e 25, ensaio pré-geral e geral. "A encenação é completa", ressalta Fabricio.
De acordo com o maestro, num trabalho como este existem muitas situações para lidar, mas é preciso sempre preservar, com cuidado, aquilo que o compositor intencionou para a ópera, ou seja, realçar, através da música, o drama. A ópera não é nada mais do que isso: o teatro musicado. E todo o nosso esforço é para colocar os detalhes a favor do teatro, e também a favor do canto". Com libreto de Emanuel Schikaneder, "A Flauta Mágica" parece ter escrita em 1731, e está relacionada com os mistérios egípcios e mostra a filosofia da iluminação. A estréia ocorreu em Viena, segundo registros em 30 de setembro de 1791. Algumas árias tornaram-se muito conhecidas, como o dueto de Papageno e Papagena, e as duas árias da Rainha da Noite.
Esta é uma das óperas mais conhecidas do repertório internacional. "Ela é sensacional, mas exige muito trabalho e concentração de todos", afirma Fabricio. Segundo ele, o mais fascinante é capacidade de superação que a Orquestra possuí. "Quando são estimulados, reagem muito bem. A competência é uma qualidade inerente a esta equipe", elogia. Para todos os membros da OSUFMT, esta é a primeira oportunidade de participar da montagem de uma ópera.
O diretor musical ressalta ainda a competência dos solistas convidados. Dos dezesseis personagens, cinco já despontam no cenário nacional como grandes promessas da música erudita. São eles o tenor Flávio Leite (Tamino), a soprano Elisabete Almeida (Rainha da Noite), o barítono Eduardo Sant´Anna (Papageno), o baixo Lukas d´Oro (Sarastro), e o contralto baixo Giancarlos de Souza (Orador). "Esses profissionais têm se mostrado dispostos a nos ajudar a inserir Mato Grosso no cenário operístico do país. Tivemos sorte na escolha deste elenco", ressalta.
Os solistas de Cuiabá também ganham elogios. Para Fabricio, eles estão se sentindo bem, do ponto de vista técnico, e preparados para o desafio.
O diretor musical - A Flauta Mágica é uma ópera muito conhecida e para encará- la é preciso ter um conhecimento profundo da música, cada um tem que saber qual é a sua função. Ensaia-se muito para se obter o conjunto, para tocar junto obtendo a mesma afinação, ritmo, fraseamento. É um trabalho bastante intenso. Mas tudo isso, não assusta o maestro Fabricio Carvalho.
Mestre em Música pela Universidade de Campinas - Unicamp - vem desenvolvendo uma sólida carreira musical como maestro tendo dirigido importantes orquestras brasileiras como a Sinfônica da UNICAMP, a SESI Minas e a Orquestra de Câmara do Conservatório Brasi
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