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Politica Brasil
Quarta - 18 de Outubro de 2006 às 13:44
Por: João Carlos M. Caldeira

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Na contra-mão da globalização, do crescimento do volume das informações e da necessidade de atualização dos profissionais, existem alguns movimentos que tentam resgatar os valores humanos em sua essência, a qualidade de vida e o prazer de se viver, sem pressa, sem atropelos, sem a necessidade de se superar a todo o momento.

A cada dia, mais e mais pessoas se dão conta que cuidar da saúde, praticar exercícios físicos regularmente, alimentar-se bem, dedicar-se ao ócio, ao lazer e ao prazer da companhia dos amigos e da família, é a receita ideal para se viver bem e feliz.

Não queremos mais ser workaholic, escravos da profissão; não queremos mais acumular novas linhas na declaração de imposto de renda a qualquer preço; não queremos mais ser um número, uma senha ou um código; estamos cansados de correr de um lado pra outro em busca de dinheiro, carreira e reconhecimento profissional. Cada vez mais pessoas estão atrás de qualidade de vida, de hábitos saudáveis e da convivência harmônica com a família, amigos e novos amores.

Há poucos dias, estive na cidade de São Paulo com uma amiga psiquiatra e durante um dos gigantescos congestionamentos (habituais) da cidade, dentro de um táxi, ouvi uma observação: ¨Não existe cidade melhor para um psiquiatra trabalhar! Já imaginou o tamanho do mercado potencial de clientes?¨.

Você já observou como aumentou o número de doenças mentais, transtornos e distúrbios emocionais nos urbanóides (habitantes das grandes cidades)? Você já ouviu falar em síndrome do pânico, em TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo)?

Nesta semana, conheci um famoso Chef de Cozinha que se mudou de São Paulo para Cuiabá há poucos meses, em busca de qualidade de vida (que graças a Deus, ainda há de sobra em nossa querida capital!).

Aos 40 anos, depois de conhecer o mundo e trabalhar nos melhores restaurantes de São Paulo (um dos maiores centros gastronômicos do planeta), trocou uma renda mensal de mais de 15 mil reais para se estabelecer em Cuiabá. Dá pra imaginar o porquê não é? Nos últimos 12 meses na capital paulista, sofreu 3 assaltos a mão armada com ameaça de morte, teve dois veículos furtados e desenvolveu duas das mais conhecidas neuroses urbanas: a síndrome do pânico e o TOC.

Por essas e outras que movimentos sociais, ONGs e entidades que defendem o meio ambiente, a saúde, a liberdade e a convivência harmônica entre as pessoas, se proliferam e fazem sucesso.

Produtos orgânicos, homeopatia, técnicas orientais de meditação e exercício, prevenção à saúde, esportes ao ar livre, turismo, lazer e diversão, condomínios horizontais e gastronomia, entre outros, são temas e assuntos que despertam cada vez mais interesse.

Na gastronomia, por exemplo, um movimento que surgiu na Itália há poucos anos, o Slow Food, já espalhou por todo o mundo e conta com mais de 100 mil adeptos. Ao contrário do Fast Food, prega o prazer de saborear e degustar os alimentos sem pressa, com qualidade e respeito ao meio ambiente e ao ser humano.

Chega de 12 horas de trabalho; da busca desenfreada pelo¨ter¨ em detrimento ao ¨ser¨; de se preocupar com o remédio ao invés da prevenção; de privilegiar o computador e não os olhos das pessoas.

Diminua seu ritmo de trabalho, procure conversar mais com as pessoas, descanse, se alimente bem, viaje, desacelere e se preciso, grite para que todos ao seu redor possam ouvir: pare o mundo que eu quero descer!

João Carlos M. Caldeira. Empresário, jornalista e professor universitário. E-mail: joaocmc@terra.com.br




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