PF investiga se dinheiro para dossiê veio do jogo do bicho

A Polícia Federal de Mato Grosso investiga se o dinheiro que seria supostamente usado para comprar um dossiê contra políticos do PSDB veio do jogo do bicho, disse o superintendente da instituição, Daniel Lorenz de Azevedo, na terça-feira.

"Estamos conseguindo comprovar uma tese", afirmou. "Não é só essa, tem outras", acrescentou Azevedo após ser questionado a respeito da linha de investigação sobre jogo do bicho.

A Polícia Federal investiga a origem do dinheiro que seria usado por pessoas ligadas ao PT para comprar um dossiê preparado com material do empresário Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam e pivô do escândalo dos sanguessugas, que envolvia parlamentares no superfaturamento na compra de ambulâncias.

A PF também realiza diligências em outros Estados para investigar a origem dos cerca de 1,7 milhão de reais que seriam usados na compra dos documentos.

A polícia cruza informações da quebra do sigilo fiscal de casas de câmbio para descobrir se pessoas físicas ou jurídicas colaboraram com recursos.

QUEBRA DE SIGILO

O Ministério Público Federal de Mato Grosso pediu autorização à Justiça para quebra do sigilo bancário de Freud Godoy, ex-assessor da Presidência da República, e de Hamilton Lacerda, ex-integrante da campanha do candidato derrotado ao governo de São Paulo Aloizio Mercadante (PT).

O pedido foi feito na segunda-feira pelo procurador Mário Lúcio Avelar, segundo a assessoria do Ministério Público. "O procurador Mário Lúcio Avelar pediu a quebra do sigilo bancário do Freud Godoy e do Hamilton Lacerda", disse uma fonte.

A decisão sobre a quebra do sigilo será tomada pelo juiz Jéferson Schneider, da 2a Vara da Justiça Federal de Mato Grosso.

Freud e Lacerda fazem parte do grupo da cúpula governista investigados por articular e negociar venda do dossiê.