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A vida de Tom Jobim numa agenda
Primeiro foi Vinícius de Moraes, depois Chico Buarque, agora é a vez de Tom Jobim ser o homenageado da agenda Anotações com Arte - 2007, idealizada por Fred Rossi, com textos e edição de Oswaldo Mendes. Isso mesmo, é uma agenda, dessas com espaços para anotações diárias de compromissos e lazer. Porém, mais uma vez, o resultado vai bem além - é literatura, ainda que difícil de definir, misto de biografia, poesia, crônica e reportagem.
Para cada semana, um texto, letras de música, versos, histórias de vida e arte. As fontes de Oswaldo Mendes foram muitas, do site oficial do homenageado às biografias já publicadas - todas devidamente citadas nas páginas finais da agenda - até seu arquivo pessoal de dramaturgo e jornalista, de onde tirou um encontro entre Tom e o "repórter" Plínio Marcos. O resultado são textos fluentes que ora provocam riso aberto, ora emocionam.
Impossível não imaginar entre risos, por exemplo, a cena em que Tom, bêbado, num fim de tarde em Copacabana, vê de dentro do bar Carlos Drummond passando pela calçada. Levanta-se, vai ao seu encontro e estala um beijo em seu rosto - Que é isso, Tom Jobim? - exclama, perplexo, o poeta. "Orgulhoso por ter sido reconhecido, ele caiu de joelhos - Vou beijar os seus pés. E foi inútil a tentativa de Drummond de se livrar, em pânico, do assédio", conta Mendes na página da semana que vai de 13 a 19 de agosto.
Com sensibilidade de escritor, Mendes capta momentos diferentes da trajetória do artista e da história do país para ampliar significados. É o que faz ao contar sobre a famosa vaia à canção "Sabiá", no 3º Festival Internacional da Canção, em 1968. Chico Buarque vem da Itália, a pedido de Tom, para dar força na final. "Sabiá" venceu o festival sob as vaias do público, que naqueles tempos negros de ditadura torcia para "Caminhando (Pra não Dizer Que não Falei de Flores"), de Geraldo Vandré. "Curiosamente, dez anos depois, com a anistia política, os versos da canção - "vou voltar, sei que ainda vou voltar" - ganham conotação política e parecem falar dos anistiados."
A amizade com parceiros como Vinícius e Chico; a influência exercida pela avô Azor Brasileiro de Almeida; a relação difícil com Elis Regina; a gravação feita com Sinatra; o texto sobre Tom escrito por Carlos Lacerda, o carinho por mulheres e filhos - muitos são os aspectos abordados nesse livro-agenda, de escrita fluente, que pode ser lido com prazer em algumas horas, ainda que tenha sido feito para ser saboreado ao longo do ano.
Para cada semana, um texto, letras de música, versos, histórias de vida e arte. As fontes de Oswaldo Mendes foram muitas, do site oficial do homenageado às biografias já publicadas - todas devidamente citadas nas páginas finais da agenda - até seu arquivo pessoal de dramaturgo e jornalista, de onde tirou um encontro entre Tom e o "repórter" Plínio Marcos. O resultado são textos fluentes que ora provocam riso aberto, ora emocionam.
Impossível não imaginar entre risos, por exemplo, a cena em que Tom, bêbado, num fim de tarde em Copacabana, vê de dentro do bar Carlos Drummond passando pela calçada. Levanta-se, vai ao seu encontro e estala um beijo em seu rosto - Que é isso, Tom Jobim? - exclama, perplexo, o poeta. "Orgulhoso por ter sido reconhecido, ele caiu de joelhos - Vou beijar os seus pés. E foi inútil a tentativa de Drummond de se livrar, em pânico, do assédio", conta Mendes na página da semana que vai de 13 a 19 de agosto.
Com sensibilidade de escritor, Mendes capta momentos diferentes da trajetória do artista e da história do país para ampliar significados. É o que faz ao contar sobre a famosa vaia à canção "Sabiá", no 3º Festival Internacional da Canção, em 1968. Chico Buarque vem da Itália, a pedido de Tom, para dar força na final. "Sabiá" venceu o festival sob as vaias do público, que naqueles tempos negros de ditadura torcia para "Caminhando (Pra não Dizer Que não Falei de Flores"), de Geraldo Vandré. "Curiosamente, dez anos depois, com a anistia política, os versos da canção - "vou voltar, sei que ainda vou voltar" - ganham conotação política e parecem falar dos anistiados."
A amizade com parceiros como Vinícius e Chico; a influência exercida pela avô Azor Brasileiro de Almeida; a relação difícil com Elis Regina; a gravação feita com Sinatra; o texto sobre Tom escrito por Carlos Lacerda, o carinho por mulheres e filhos - muitos são os aspectos abordados nesse livro-agenda, de escrita fluente, que pode ser lido com prazer em algumas horas, ainda que tenha sido feito para ser saboreado ao longo do ano.
Fonte:
São Paulo/AE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/267813/visualizar/
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