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Politica Brasil
Segunda - 16 de Outubro de 2006 às 17:25

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Integrantes da CPI dos Sanguessugas defendem que o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, seja convocado a prestar esclarecimentos a respeito das novas denúncias publicadas pela revista "Veja" sobre a compra do dossiê antitucano.

A revista acusa o ministro de ter atuado para blindar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à reeleição, no episódio, interferindo para que o ex-assessor da Presidência Freud Godoy fosse inocentado das acusações de que seria o mandante da compra do dossiê.

"Ele não pode orientar alguém que está sendo investigado pela Polícia Federal justamente por ser o chefe da PF", disse o sub-relator Carlos Sampaio (PSDB-SP).

Sampaio disse que a oposição vai comparecer em peso à reunião da CPI marcada para esta terça-feira com o objetivo de aprovar requerimentos de convocação e quebras de sigilo dos suspeitos de envolvimento na compra do dossiê --entre eles o requerimento de convocação do ministro da Justiça. Carceragem

O deputado esteve na manhã de hoje na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo para obter detalhes a respeito de uma suposta reunião entre Gedimar Passos, José Carlos Espinoza e Freud Godoy --quando, segundo a revista, teria sido acertado que Freud seria isentado de envolvimento na compra do dossiê. A revista afirma que o ministro teria atuado para facilitar o encontro.

Sampaio disse à Folha Online que conversou esta manhã com Severino Alexandre, diretor-executivo da Polícia Federal de São Paulo, e com Jorge Luiz Herculano, chefe do núcleo de custódia da PF. Os dois são acusados pela revista de terem facilitado o encontro entre Gedimar, que estava preso na sede da PF, com Espinoza e Freud. "O Herculano mostrou que não existe a hipótese do Freud ter encontrado Gedimar na carceragem. Os advogados dos dois conversaram, mas ele garante que em momento algum Freud se encontrou com o Gedimar", disse Sampaio.

O deputado se mostrou convencido de que o encontro não ocorreu, mas defende que a CPI requisite cópia da fita de vídeo do circuito interno de TV da carceragem, assim como do livro de visitas mantido no local. "Senti sinceridade da parte do Severino. Temos que investigar, mas eu não seria favorável à convocação dele na CPI", disse o deputado.

Segundo a revista, o encontro entre os três envolvidos na compra do dossiê teria ocorrido no gabinete de Severino. Herculano é acusado de levar Gedimar ao encontro de Freud e Espinoza.

Reunião

Sampaio e o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), membro da CPI, vão encontrar-se na tarde de hoje com o delegado da Polícia Federal Luiz Flávio Zampronha, que investiga a origem dos US$ 248 mil apreendidos com Gedimar e Valdebran Padilha --parte do montante que seria usado para a compra do dossiê.

Na próxima quarta-feira, termina o prazo para a conclusão do inquérito da PF que apura a origem dos R$ 1,75 milhão apreendidos para a compra do dossiê.

A expectativa é que o delegado Diógenes Curado apresente pedido para prorrogar as investigações por mais um mês. A PF deve concluir até amanhã o cruzamento das quebras de sigilo telefônico dos principais suspeitos de terem comprado dólares às vésperas da negociação do material.





Fonte: Folha Online

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