Prefeitos do PT receberam mais do BNDES
O levantamento mostra que municípios administrados por partidos da base aliada do governo - PC do B, PL, PP, PSB e PTB, incluindo o PT - receberam 39,55% dos R$ 276 milhões emprestados no período. Administrações do PMDB, partido que se reparte em uma ala governista e outra oposicionista, responderam por 9,62%. Os 50,83% restantes se dividem entre municípios governados por outros sete partidos, com destaque para PPS (14,86%), além das gestões tucanas.
Segundo o economista e coordenador do banco de dados municipais do Ibam, François de Bremaeker, quando analisado o financiamento per capita, que leva em conta o valor emprestado com relação ao total da população, há uma "pequena preponderância" de partidos da base aliada. O valor per capita em municípios petistas fica em R$ 7,19 e do PTB, em R$ 9,01, acima da média de R$ 5,37 para todas as cidades. Os maiores valores per capita, porém, foram registrados para locais geridos pelo PPS (R$ 11,99) e PMDB (R$ 8,31).
De forma geral, na visão de Bremaeker, os dados não permitem afirmar que houve favorecimento político na concessão dos financiamentos. Um dos aspectos ressaltados é de que financiamentos não são ofertados ou escolhidos pelo banco e sim a partir da demanda das próprias administrações.
"A filiação partidária do chefe do Executivo definitivamente não faz parte dos critérios do BNDES", afirmou o superintendente da Área de Inclusão Social do BNDES, Julio Ramundo. Ele explica que o processo do enquadramento do pedido à aprovação é longo, envolve mais de 30 técnicos.
Bremaeker também analisou os dados de financiamentos concedidos a governos estaduais, onde a situação é inversa e governos do PSDB receberam 73,71% dos R$ 4,7 bilhões liberados no período da atual legislatura, de 2003 a setembro de 2006.
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