É o siriri correndo trecho

Mais do que nunca a cultura popular de Mato Grosso se expande e fortalece. Pela primeira vez um grupo de siriri de Cuiabá realiza uma turnê por todas as regiões do Estado. Trata-se do Grupo Siriema de Cultura popular, originário da comunidade de Varginha, em Santo Antonio de Leverver, que, mesmo com menos de um ano de formado, tem realizado um trabalho de divulgação das tradições mato-grossenses por várias cidades do Estado e para todo o Brasil. Para o Estado ele divulga através de turnê, que teve início em setembro começando por Campo Verde e Sinop. Para o Brasil ele mostrou pela TV, no primeiro capítulo da novela Bicho do Mato, da Rede Record. Mas, além de apresentações, o grupo também realiza por alguns locais por onde passa: cursos e palestras sobre a dança secular.

Tudo para fortalecer esta que era uma tradição que estava se perdendo nas comunidades, conforme explica o coordenador do grupo, Éder Rodrigues de Amorim.

Assim, além do Siriri o Siriema leva outras manifestações culturais da Baixada Cuiabana, em especial o cururu, o rasqueado e o boi-à-serra a todas as localidades. Dia 12 de setembro, à convite da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Campo Verde, o Grupo Siriema ministrou aulas de siriri para os alunos da rede de ensino daquele município. Ontem, o grupo terminou oficina em Pedra Preta. A agenda também traz apresentação dia 5 de novembro em Campo Vede e nos dias 11 e 12 de novembro em Barra do Bugres.

Todas as apresentações e oficinas do Grupo Siriema são realizadas em parcerias com as secretarias municipais e Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso. Outras apresentações e oficinas estão pré-combinadas apenas dependendo de agendamento de data. "Estamos à disposição de prefeituras, escolas, empresas e entidades que desejarem difundir um pouco da cultura e das tradições mato-grossenses", afirmou Éder.

Formado por jovens e crianças da comunidade de Varginha, todos os dançarinos e tocadores são filhos de tocadores e dançarinos de siriri. O grupo tem 25 componentes com idade entre 12 e 25 anos, entre dançarinos, músicos e intérpretes de figuras lendárias.

A criação – Mesmo com menos de um ano de formação o Siriema já adquiriu um currículo invejável, com a realização de centenas de ações culturais. Participou do projeto Bem Viver Cuiabá, do Sesi Escola da capital e de um documentário para uma rede de televisão japonesa, além de muitas outras apresentações, como na Literamérica e no Ciclo de Debates Jornalismo e Diversidade Cultural. Só não participaram do último Festival de Siriri de Cuiabá porque estavam levando a dança ao Festival de Mostras de Vídeo de Porto Velho.

Planos – Para o futuro, muitos planos. Entre eles, lançar, ainda este ano o primeiro CD “Cultura e Fé Ribeirinha”, realizado através do projeto Ciranda de Música, ponto de Cultura do Ministério da Cultura em Cuiabá. Outra expectativa é a implementação do projeto Siriri na Praça, em conjunto com a volta da Rua do Rasqueado. “Além de garantir o futuro da tradição, esta também é uma forma de criar uma nova atração turística, já que a apresentação na praça com horário marcado permite a organização de visitas de turistas para o centro da capital”, explicou Éder Amorim. (Com assessoria)