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Internacional
Sábado - 14 de Outubro de 2006 às 15:11

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A Coréia do Norte, que foi objeto de sanções neste sábado, por parte do Conselho de Segurança das Nações Unidas, é um regime comunista fechado - a ideologia oficial, que prega a auto-suficiência, submete parte da população à fome, ao terror e ao subdesenvolvimento.

Mais de um terço das crianças da Coréia do Norte sofrem de grave desnutrição, segundo o Programa Alimentar Mundial (PAM), que no fim de 2005 interrompeu as operações de urgência no país a pedido de Pyongyang.

"É possível que a fome volte neste inverno se a ajuda internacional não for mantida", advertiu Peter Beck, diretor para o nordeste da Ásia da organização não-governamental International Crisis Group.

Desde 1995, o país vem sendo palco de períodos de fome que provavelmente causaram a morte de centenas de milhares de pessoas e obrigaram os sobreviventes a se alimentar com folhas e com o córtex de árvores.

Fora da capital Pyongyang, onde vive confortavelmente a elite do regime, o país "sofre sempre de carências alimentares crônicas e de desnutrição", segundo o Departamento de Estado americano.

A fome se explica pelas numerosas catástrofes climáticas que afetam o país, como inundações ou secas. Mas também, segundo os analistas, a uma agricultura coletivista e uma rede ruim de distribuição alimentar.

O balanço no que se refere aos direitos humanos é ainda mais terrível, segundo os Estados Unidos.

"O regime segue cometendo numerosas e graves violações" dos direitos humanos, considerou o Departamento de Estado em seu relatório anual.

Entre essas violações, os Estados Unidos denunciam as execuções extrajudiciais, desaparecimentos e prisões arbitrárias, tortura, abortos e infanticídios forçados na prisão, a ausência de liberdade de expressão e de religião e as tentativas do governo de controlar a informação.

Símbolo da guerra fria entre os Estados Unidos e a União Soviética, a península coreana foi dividida em duas partes pelo paralelo 38.

A Coréia do Sul e a Coréia do Norte proclamaram sua independência em 1948, antes de se enfrentarem militarmente entre 1950 e 1953, deixando cerca de 3 milhões de mortos em ambos os lados.

A Coréia do Norte foi dirigida com mão-de-ferro por seu fundador Kim Il-Sung até 1994, antes que seu filho Kim Jong-Il o sucedesse.

O país dedicou a Kim Il-Sung um culto à personalidade próximo da idolatria. No fim dos anos 1980, cerca de 34.000 monumentos foram erguidos em sua homenagem.

Depois de sua morte em 1994, continua sendo oficialmente "presidente eterno".

Depois de três anos de luto nacional, seu filho Kim Jong Il tomou o controle do partido comunista no poder, enfrentando graves dificuldades econômicas.

O orçamento do país, com 4º exército do mundo, continuou caindo em 1997, pelo oitavo ano consecutivo depois da queda dos regimes comunistas do leste europeu.

Kim Jong-il aceitou, então, abrir um pouco o país, em particular para a Coréia do Sul, com uma reunião histórica entre os dois países inimigos em 2000.

Em 2002, o regime comunista introduziu uma leve dose de economia de mercado, autorizando certa flexibilidade nos preços.

Em outubro de 2005, a Coréia do Norte retrocedeu e proibiu as vendas privadas das colheitas e anunciou o retorno ao racionamento alimentar.





Fonte: AFP

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