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Politica Brasil
Sexta - 13 de Outubro de 2006 às 15:47

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O coordenador da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia, afirmou nesta terça-feira que haverá uma redução gradual dos gastos públicos em um eventual segundo governo Lula.

Garcia explicou que tal redução será decorrência da conjunção do crescimento do PIB, controle da carga fiscal e queda da taxa de juros.

"Nós vamos ter corte de gastos. É evidente que nós vamos fazer corte de gastos. Vamos ter uma política gradual", afirmou, em entrevista a jornalistas no comitê central da campanha de Lula.

Para Garcia, o Brasil já reuniu condições para crescer a uma taxa superior a 5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano, numa eventual reeleição do atual governo. "Estamos hoje com condições reunidas para um crescimento da economia da ordem talvez de cinco (por cento do PIB) ou mais. Isso significa um aumento da arrecadação que vai nos permitir tomar medidas mais criteriosas em relação à carga fiscal brasileira", disse Garcia.

De acordo com o coordenador da campanha, outro fator que colaborará para o controle dos gastos no próximo exercício será uma menor necessidade de concessão de grandes correções nos salários do funcionalismo público.

"Também tivemos alguns reajustes importantes no que diz respeito à questão salarial (do funcionalismo), o que nos dá hoje uma situação mais equilibrada sobre reajustes futuros", explicou.

"Não vamos precisar dar aqueles pinotes que foram necessários. Haverá reajustes normais", disse o coordenador, referindo-se a recentes aumentos concedidos pelo governo a diversas categorias de servidores.

PRIVATIZAÇÃO

Em sintonia com o discurso do presidente Lula — que durante a disputa eleitoral com o adversário Geraldo Alckmin (PSDB) tem concentrado suas críticas nos processos de privatização realizados no governo Fernando Henrique Cardoso—, Marco Aurélio afirmou que o candidato tucano poderá tentar continuar a desestatização caso vença as eleições presidenciais.

"Há fundados indícios de que um eventual governo Alckmin faria inflexões importantes na economia brasileira que levariam a uma direção perniciosa para o País. Uma delas é efetivamente a retomada do programa de privatizações", disse.

"Pouco antes de sair (do governo de São Paulo) ele (Alckmin) privatizou a transmissão elétrica em São Paulo", completou.

Diante do questionamento do ex-presidente Fernando Henrique de por que o governo não fez a revisão das privatizações se é tão contrário a elas, Garcia respondeu que seria um processo complexo que poderia trazer impactos negativos para a economia do país.

"Nós achamos que não deveríamos tomar iniciativa nenhuma desse tipo. É mais ou menos como fazer uma pergunta desse tipo: "se vocês foram contra aquela morte, porque não tentaram ressuscitar o morto", comparou.

Durante a entrevista, o coordenador negou que a discussão sobre a autonomia do Banco Central esteja no programa de governo de Lula e que o tema tenha sido abraçado pelo PT ou pelo presidente Lula em algum momento.

"O PT não vai abandonar (a discussão) porque nunca a abraçou. Essa nunca foi um proposta do PT e nem do presidente Lula. O presidente Lula declarou que isso é um tema acadêmico. E mesmo como tema político pode ser discutido. Mas não está no nosso programa de governo", enfatizou.





Fonte: Reuters

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