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Cultura
Quarta - 11 de Outubro de 2006 às 22:33

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No final do século passado, os coronéis Jango Mascarenhas e João Caetano Teixeira Muzzi (chefes políticos do sul de Mato Grosso) e o advogado gaúcho Barros Cassal, refugiado das guerras políticas do Rio Grande do Sul, foram os que movimentaram as primeiras manifestações separatistas.

Perseguidos pelos adversários, Mascarenhas e Teixeira Muzzi asilaram-se no Paraguai e Barros Cassal foi assassinado em Nioaque.

Sem seus líderes, a ainda pequena a população do sul do Estado, a bandeira separatista caiu nas mãos de chefes armados, que se serviram dela para promover correrias e justificar depredações nas propriedades de adversários políticos. A progressiva adesão do povo sul-mato-grossense foi em conseqüência da política regionalista e discriminatória adotadas pelos dirigentes de Cuiabá em relação ao sul do Estado.

Naquela época, disputava-se, pelas forças das armas, a superioridade do Estado. Os líderes políticos do norte, estimulavam discórdias e a rivalidade entre os chefes políticos do sul, depunham governadores que haviam sido eleitos legalmente, lançando uns contra os outros, para assim enfraquecê-los e dessa forma assegurar o domínio do norte.

Esse comportamento das lideranças nortista, fez crescer o descontentamento dos sulistas. Até mesmo para construção de uma obra, ou reforma, nós dependíamos de Cuiabá, que levava meses, e até anos para autorizar a execução de nossos planos.

As distâncias entre o sul e a capital do Estado eram enormes, ou usava-se o transporte aéreo, que ainda estava no começo, pois foi nos anos 40, ou o acesso com o barco a vapor, que partia de Corumbá e levava oito dias para chegar a Cuiabá.

Os líderes políticos do norte, manobravam as convenções partidárias, para que os representantes do Estado fossem daquela região, os poucos representantes do sul, eram quase sempre políticos radicados no sul, mas natural do norte. Na verdade mesmo, o povo do sul era considerado apenas “contribuinte”.

No sul, a aversão contra o governo de Cuiabá, engrossava o movimento separatista, tanto é que mais tarde, nas Revoluções de 1930 e 1932, o sul ficou do lado dos revolucionários, enquanto o norte, com o governador à frente, ficou solidário com o governo central.

Inúmeras foram as vezes que os grupos separatistas se fortaleceram, e foram enfraquecidos em suas lutas pela divisão, até que o General Ernesto Geisel foi empossado na Presidência da República e nomeou o General Golbery de Couto e Silva, para a chefia de sua casa civil, mas poucos se lembravam que esses dois militares, haviam estado em Mato Grosso, há cerca de 20 anos para estudar a viabilidade da divisão do Estado, concluindo que a divisão não era só viável, mas necessária.

O Presidente Geisel encaminhou o projeto de lei ao Congresso Nacional, propondo a criação de um novo Estado, que teria o nome de Campo Grande e a capital teria o mesmo nome. Sob a presidência de Paulo Machado, ressurge a Liga Sul-Mato-Grossense, apoiando a iniciativa do Presidente da República, dirigindo apelo ao Presidente e ao Congresso Nacional, mostrando o desejo de que o nome do Estado fosse Mato Grosso do Sul.

Sendo aprovado o projeto de lei pelo congresso e encaminhado à sanção presidencial, em 11 de outubro de 1977, em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, com presença de autoridades de Mato Grosso, o Presidente Geisel sancionou a Lei Complementar nº 31, que criava o Estado.

Em março de 1978, o engenheiro Harry Amorim Costa, foi nomeado pelo presidente para o cargo de governador do Estado.

Foi formada então uma Comissão Especial, com seis membros, para assessorar o governo federal e os governos dos dois Estados, com representantes dos Ministérios do Interior, da Justiça e do Planejamento, além de representantes do Dasp. Essa Comissão promoveu o levantamento e a divisão, nos termos da lei, do patrimônio e do pessoal das administrações direta e indireta do Estado de Mato Grosso e assessorou o Governador de Mato Grosso do Sul na organização e implantação da administração estadual e do Tribunal de Justiça.

A 1º de março de 1979, foi instalado oficialmente o governo de Mato Grosso do Sul, com a posse do governador Harry Amorim Costa, em sessão solene no Teatro Glauce Rocha e a presença do Presidente Ernesto Geisel e seus Ministros.

A primeira eleição só ocorreu em 1982. Para justificar o desmembramento, o governo federal argumentou que o antigo Estado dispunha de área muito extensa, que dificultava a administração, além de apresentar claras diferenças ecológicas.





Fonte: 24HorasNews

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