Garotinho põe campanha de Alckmin na rua

O ex-governador Anthony Garotinho (PMDB) não estava de brincadeira quando ofereceu ao candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, 1,6 milhão de votos no Rio de Janeiro. Depois de constranger o tucano diante dos aliados, ao forçar uma foto que marcou a aliança, Garotinho levou a campanha para a rua. Articula a abertura de um comitê em cada município do Estado, a começar pelos da Baixada Fluminense, já na segunda-feira.

Garotinho também carrega para a empreitada seus cabos eleitorais. Dividiu o Estado em cinco regiões e designou um prefeito para cuidar da campanha presidencial em cada uma delas. Mas como no PMDB nacional, os correligionários do Rio dançam conforme a música. Tanto que os prefeitos e deputados do partido dividiram o apoio entre Lula e o tucano.

Muitos dos prefeitos do PMDB elencados para liderar a campanha de Alckmin no Rio estavam também no almoço de adesão à candidatura do presidente e candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva (PT), oferecido pelo candidato Sérgio Cabral, com a petista Benedita da Silva. Entre eles, Sílvio de Carvalho, de Resende, Jair Bitencourt, de Itaperuna, e Davi Loureiro, de São Fidélis.

"Uns apóiam o Alckmin e outros, o Lula, mas todos estão com Sérgio Cabral", justifica Garotinho, negando um racha no partido. "Muitos foram ao ato do Lula por respeito ao candidato".

Envolvido em denúncias de compra de votos, Garotinho garante que não vai gastar um centavo com a campanha do tucano. O deputado Márcio Fortes (PSDB) estaria responsável por cuidar de todas as despesas, que seriam pagas pelo comitê financeiro de Alckmin.

O PSDB do Rio não esconde o constrangimento de ver o arqui-inimigo tomar a frente da campanha. O presidente regional do partido, Luiz Paulo Corrêa da Rocha, repetiu que "apoio não se nega". Mas mostrou estar longe das negociações: "cuido do PSDB. Não estive com Garotinho e não sei de onde virá o dinheiro para os comitês".