Justiça manda que piloto do Legacy fique localizável
O juiz federal Charles Renaud Frazão de Moraes também determinou que seja mantida a apreensão dos passaportes dos dois. A mando da Justiça Estadual em Peixoto de Azevedo (MT), a Polícia Federal já havia apreendido os documentos, mas o Ministério Público Federal pediu a mesma providência ao juiz federal. Moraes mandou ainda a PF registrar os nomes do piloto e co-piloto entre as pessoas que estão impedidas de sair do país. O juiz tomou as decisões anteontem.
Conforme a Justiça Federal, a embaixada precisa informar o local onde Lepore e Paladino estão no Brasil para que possam ser chamados a depor ou notificados de alguma decisão judicial. Eles estariam no Rio, em local mantido em sigilo, sob a proteção da embaixada.
Indagado se a volta dos pilotos aos EUA atrapalharia a investigação, o ministro da Defesa, Waldir Pires, disse: "Não necessariamente". Caso haja necessidade de ouvi-los mais uma vez, "então convoca-se novamente". "A retenção dos dois pilotos é uma decisão judicial." Além do inquérito federal, a Polícia Civil mantém as investigações sobre o acidente, até decisão da Justiça Estadual.
O delegado civil Luciano Inácio da Silva enviou ontem ao ministro pedido para ouvir os controladores de vôo de Brasília e Manaus. Após esses depoimentos, Silva ouvirá novamente o piloto e o co-piloto. Eles foram interrogados em Cuiabá logo após o acidente. "Os depoimentos deles estão em conflito com o plano de vôo." O delegado disse que, no interrogatório, Paladino e Lepore afirmaram ter seguido à risca o plano de vôo e, por isso, estavam a 37 mil pés de altura, ou seja, na mesma altitude do avião da Gol.
O plano de vôo, recebido pelo delegado, previa que o Legacy voasse a 37 mil pés apenas de São José dos Campos (SP) a Brasília. Depois disso, a aeronave deveria baixar a 36 mil pés e subir a 38 mil em um ponto registrado na carta de navegação aérea, chamado Teres.
O delegado disse que ainda não há provas para responsabilizar Paladino e Lepore pelo acidente. Os dois disseram que perderam contato com as torres de Manaus e Brasília durante o vôo, antes do acidente. Por essa razão, o delegado quer ouvir os controladores de vôo.
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