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Cultura
Quarta - 11 de Outubro de 2006 às 01:09
Por: Luiz Fernando Vieira

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O processo de identificação e tombamentos de patrimônio prossegue em Mato Grosso. Recentemente foram tombados os centros históricos de dois municípios do interior: Acorizal e Diamantino. Mas uma infinidade de outros processos ainda estão sendo desenvolvidos em várias partes do estado. Muitos inventários visando tombamento estão em andamento e devem ficar prontos até o final deste ano, de acordo com a coordenação de Patrimônio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC).

O processo de tombamento dos centros históricos de Acorizal (a 55 km da Capital) e Diamantino (a 200 km da Capital) foi iniciado em abril deste ano e contou com o auxílio dos executivos municipais. As prefeituras ajudaram a montar os inventários, mas o mais importante é que a própria população se conscientizou da importância da medida. O diálogo com a comunidade é primordial para que entenda a necessidade de preservação do patrimônio, que pode ser material - como no caso das duas cidades - ou imaterial.

Por meio do tombamento -que não quer dizer derrubar, como muita gente ainda pensa, e sim registrar em livro tombo - pode-se salvaguardar tais bens, evitando que se percam. Para tanto, foi criada uma lei específica, a de nº 3.774, de 20 de setembro de 1976. Ela define o que é patrimônio e estabelece as regras para o desenvolvimento do processo. Ou seja, há toda uma metodologia que é aplicada com o intuito de atestar sua importância e, portanto, confirmar a necessidade de proteção.

Tais estudos mostraram que, em Acorizal, havia a necessidade de tombar uma área de 18,6 mil metros quadrados e seu entorno. A maior parte das edificações do Centro Histórico está localizada no perímetro entre a rua de Brotas, avenida Beira Rio e avenida Mato Grosso. É uma área com construções bastante antigas que datam de muito antes do desmembramento de Cuiabá.

O então distrito de Acorizal foi assim criado pelo Decreto nº 30, de 26/08/1833, e elevado à categoria de município pela Lei Estadual nº 691, de 12/12/1953. Antes denominada Brotas, era uma povoação que surgiu graças à mineração e, posteriormente, ganhou a presença de muitos agricultores interessados em cultivar alimentos para abastecer a localidade. O nome acorizal teria sido dado por causa da palmeira Acori, que cobria boa parte de seu território.

Em Diamantino, o Centro Histórico está localizado ao longo das ruas Monsenhor Doudrenelf, Marechal Rondon, Benedito Moreira e Almirante Batista das Neves. Uma área de praticamente 16 mil metros quadrados. Suas casas estão impregnadas de uma história marcada por vários ciclos econômicos. O primeiro deles foi o do ouro e do diamante, este último influenciando no nome atual da cidade, antes denominada Arraial do Ouro do Alto Paraguai Diamantino.

Foi criado com tal denominação por Resolução Régia de 09/08/1811, ainda pertencendo a Cuiabá. Depois foi elevado à categoria de vila como Alto Paraguai Diamantino por alvará de 23/11/1820 e e elevado à categoria de cidade por Lei Estadual nº 772, de 16/07/1918.

Outras ações - De acordo com a coordenadora de Patrimônio da SEC, Maria Antúlia Leventi, uma série de inventários estão sendo feitos em várias regiões do estado a fim de que se promova novos tombamentos. Como é o caso da Cachoeira do Tombador, que fica no município de Nobres. Trata-se de um complexo com uma estrada de pedra, escadaria e três pequenas casas com moradores que fica dentro de uma área particular, explica. Ela pertence à Votorantim Cimentos, que desenvolve lá um trabalho de conservação e proteção. O apoio da empresa foi importante para o desenvolvimento do trabalho, ressalta.

Há ainda a Cachoeira da Martinha (Chapada dos Guimarães); a Igreja da Nossa Senhora da Conceição, no distrito várzea-grandense de Passagem da Conceição, que já foi recuperada e ainda não foi tombada; duas importantes fazendas, Jacobina e Facão, em Cáceres; a aldeia Umutina, em Barra do Bugres; Usina da Casca Um, em Chapada dos Guimarães; Casarão de Cotia, em Poconé; Centro Histórico de Poxoréo; e o Complexo Centro Social Pio XII e a Igreja São João Batista, em Guiratinga.

Na Capital, continua Maria Antúlia, está sendo feito um inventário da região do Porto. O trabalho, calcula, deverá estar pronto até novembro. Outro é a fachada da Igreja Presbiteriana que fica na rua 13 de Junho. Todos os outros inventários, espera ela, devem estar prontos até dezembro deste ano.

Entre os tombamentos já realizados desde 2004 estão o da Fachada do 1º Batalhão da Polícia Militar, no Porto (portaria 032/2004); os Painéis Murais da Libertação, na região de São Félix do Araguaia (portaria 021/2005); A Antiga Casa da Rua Joaquim Murtinho (portaria 045/2006); e os já citados centros históricos de Diamantino (portaria 046/2006) e Acorizal (portaria 047/2006).




Fonte: A Gazeta

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