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Politica Brasil
Terça - 10 de Outubro de 2006 às 13:10

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O presidente-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira que não vê dificuldades em conciliar forças políticas, mesmo de oposição, para votar projetos no Congresso Nacional em um eventual segundo mandato.

Durante entrevista à rádio Bandeirantes e Band News nesta manhã, Lula refutou possíveis problemas de governabilidade numa segunda gestão e voltou a questionar a postura do candidato Geraldo Alckmin (PSDB) em debate realizado no domingo.

Para Lula, no caso do Congresso, mesmo os partidos de oposição acabam por apoiar o governo nos projetos de interesse da sociedade. "Não existe essa história de dificuldade de você montar parceria no Congresso Nacional, até porque o povo já se manifestou, ele elegeu as pessoas, elas estão aí", declarou.

"Você tem partido que quer trabalhar com o governo e tem partido que quer ser contra o governo... tem muita gente do PSDB que votou projeto do governo. Aliás, eu diria que na Câmara a maioria (votou)... às vezes fazem mais barulho, menos barulho, mas acabam votando."

Indagado se pretende compor forças com políticos controversos, como o recém-eleito deputado federal Paulo Maluf (PP), Lula disse apenas que "o presidente da República não se compõe com A ou com B, nós compomos com a maioria no Congresso Nacional".

Sobre o "dossiê Serra", o presidente-candidato reafirmou que espera investigação total do caso e, principalmente, da origem do dinheiro que seria utilizado em sua compra.

"Eu quero saber o conjunto da obra, porque se tem uma pessoa que foi prejudicada por isso fui eu, não foram meus adversários... Quero saber quem arquitetou isso", afirmou, acrescentando que, "o Brasil tem uma cultura de ter uma política assim, lamentavelmente tem."

Ele voltou a defender a ação da Polícia Federal."O presidente da República não investiga, não julga, o presidente da República não prende, o presidente da República espera que a polícia haja com a sabedoria que ela tem."

AEROLULA E GAMBIARRAS

Lula classificou de "pequenez" a atitude do candidato adversário Geraldo Alckmin (PSDB) de dizer, durante debate pela Rede Bandeirantes no domingo, que vai vender o avião presidencial conhecido como Aerolula.

"A única coisa que ele (Alckmin) sabe fazer é vender coisas. O PSDB não devia ser candidato a nada. Devia ser candidato a (comandar) uma empresa de vender empresas estatais para pagar dívida que eles mesmos contraíram."

O presidente lembrou que o avião é patrimônio do país e não dele e "só um maluco" pode achar que isso não é importante. Segundo ele, o avião utilizado anteriormente, o Sucatão, não tinha condições de continuar operando.

"Quando vejo alguém querer ser candidato a presidente do Brasil agir com a pequenez que ele agiu, me deixa irritado", disse. "Acho que a pequenez demonstra o despreparo dele, a falta de visão dele (de Alckmin)."

Lula observou que a aquisição do avião, assim como a reforma do Palácio da Alvorada, foram feitas pelo bem do patrimônio público. Sobre o Alvorada, por exemplo, disse que havia muitas "gambiarras" no sistema elétrico. "Isso é patrimônio público, não é meu."

ESPADA NA CABEÇA

O presidente também refutou as críticas dos tucanos de que não teve uma postura firme em relação à Bolívia, quando o país decidiu nacionalizar o setor de petróleo e gás em maio.

Ele defendeu a Bolívia, dizendo que o país é pobre e tem no gás sua única riqueza, mas disse ter mostrado firmeza com o presidente Evo Morales.

Lula contou ter encontrado o presidente boliviano e dito: "Você colocou uma espada da minha cabeça com esse negócio do gás e eu vou colocar uma espada na sua cabeça. Qual é a espada que eu vou colocar na sua cabeça? Você não tem para onde vender o seu gás... Não quero que você, porque é o dono do gás, me imponha nada, como eu, como consumidor, não vou te impor nada." Ele afirmou que a questão seria resolvida com negociação e acrescentou que o Brasil tem que ter "mais responsabilidade em cuidar dos países mais fragilizados, porque senão a gente vai ter muitos problemas políticos".

O presidente também negou qualquer problema no relacionamento com a Venezuela ou com o presidente Hugo Chávez. "O Brasil tem uma extraordinária relação com a Venezuela... Queremos um clima de paz e tranqüilidade na América do Sul."





Fonte: Terra

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