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Politica Brasil
Terça - 10 de Outubro de 2006 às 06:38
Por: Rubens de Souza

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Um dos políticos mais consagrados pelas urnas em Mato Grosso, Roberto França, seguirá a carreira. A derrota em outubro, quando não conseguiu a eleição para deputado estadual, não afastará da vida partidária. Pelo contrário: convicto de que as eleições de 2008 para Prefeitura de Cuiabá “passará por Roberto França”, o político anunciou na sua volta ao programa “Resumo do Dia”, na TV Rondon, que já entabula novos projetos. França já tem uma decisão tomada: vai se afastar dos “amigos traidores”, a qual atribui parte de seu fraco desempenho nas urnas recente. “Sei nome de um por um” – disse, sem citá-los. “Mais a frente, vou desmascará-los”.

Roberto sabe que as urnas não perdoam. De 11 eleições que disputou, venceu nove: perdeu uma para prefeito de Cuiabá, numa histórica derrota para Frederico Campos, curiosamente também não eleito para deputado estadual este ano; e agora. Nas duas, um mesmo quadro: o favoritismo exarcebado. Ele contou que tinha o apoio formal de 3 mil pessoas em favor de sua candidatura em Cuiabá. Numa reunião, pediu que cada uma conseguisse 10 votos apenas: “Não conseguiram 5 porque senão teria 30 mil votos”.

O “já ganhou” dominou a campanha. E foi esse fator usado pelos adversários para desmotivar o voto em seu nome. “Muita gente deixou de votar em mim porque diziam que eu seria o mais votado, estava eleito, que seria campeão de votos” – disse. Foi uma grande armadilha. Depois, ele contou, veio a impugnação pelo Ministério Público Eleitoral de sua candidatura, com base numa suposta irregularidade material na prestação de contas de um convênio com o Ministério da Cultura, quando era prefeito de Cuiabá, levantada pelo Tribunal de Contas da União. “Meus adversários comemoraram e fizeram até panfleto, espalhando em todo Estado a notícia” – criticou.

Pior que isso: a luta para se chegar ao poder, no caso, a uma vaga na Assembléia Legislativa não tem limites. Chega a ser suja. Dentro do próprio PPS, candidatos trabalhavam contra a eleição de França. “Montaram um verdadeiro esquema para que eu não fosse eleito” – frisou. Chegou a citar eventual compra de votos ao relatar que ao chegar no dia da eleição em um bairro foi abordado por uma pessoa que, junto com mais 11 eleitores, estavam prontos a votarem em sua candidatura “se entregasse 11 oncinhas”. Detalhe: teve candidato que pagou. “A campanha foi desigual” – frisou.

França não escondeu um certo ressentimento com os eleitores de Cuiabá. Ele lembrou que 82 candidatos a deputado estadual foram votados na cidade. “Eu fiz 1.114 obras quando fui prefeito e esse trabalho não foi reconhecido” – deixou escapar. Logo em seguida, fez uma espécie de “meã culpa” ao admitir o erro de não ter percebido o espaço que deu ao que ele chamou de “amigos do poder”. França contou que durante os 8 anos como prefeito teve a oportunidade de seguir ajudando muitas pessoas. “Gente que depois veio me cobrar para apoiar a minha candidatura” – disse. “Mas essas pessoas não perdem por esperar”.

“A luta continua. Não sou homem de jogar a toalha” – sentenciou o ex-prefeito.. “Os que me traíram vão ver”. Roberto França acredita na volta por cima. De forma direta, sabe apenas que seguirá com o seu programa jornalístico. Seguirá dando apoio ao Governo Maggi a quem, segundo ele define, “só ajudou sem nunca cobrar absolutamente nada”. Citou como exemplo o sacrifício pessoal da esposa, Iraci França, em entregar a vice para viabilizar o projeto da aliança com o PMDB, fundamental para a vitória esmagadora sobre os adversários em primeiro turno. Disse que se for chamado para ajudar o Governo como secretário, vai. Contudo, adiantou que não pretende “bater a porta de ninguém: emprego eu tenho na minha profissão”.

Enquanto apresenta o “Resumo do Dia”, França vai se refazer. Crítico do sistema eleitoral proporcional, que, na sua opinião, deveria eleger os 24 mais votados (ele foi o 21), França disse que pretende buscar os “verdadeiros amigos” porque tem absoluta certeza de uma coisa: “A Prefeitura de Cuiabá, daqui a dois anos, terá que passar por suas mãos” – um velho jargão político que, traduzindo, significa que terá influência eleitoral. Até lá, os novos inimigos que se cuidem. O ‘trator’ Roberto França não parou.





Fonte: 24HorasNews

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