Acuado, Maggi pode ficar neutro

O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, telefonou ontem para as duas principais lideranças do PFL em Mato Grosso: o senador Jonas Pinheiro e o senador eleito Jaime Campos. Pediu quem ambos negociassem com o governador Blairo Maggi (PPS) uma posição de neutralidade, como aconteceu no 1º turno. "O anúncio do apoio de Maggi seria ruim pela repercussão que teria no país", ponderou Jonas.

"O maior produtor de soja do mundo e governador reeleito apoiando Lula teria, com certeza, um destaque em nível nacional e tiraria um pouco o discurso de Alckmin", avaliou. Pela manhã, na reunião com os eleitos, Maggi deixou claro que iria apoiar a reeleição do presidente Lula. Mas se surpreendeu ao constatar que a maioria dos seus aliados tinha preferência pelo candidato tucano.

Uma cena que deixou o governador preocupado foi quando o presidente regional do PMDB, deputado eleito Carlos Bezerra, informou que o partido tinha aprovado, por unanimidade, apoio ao candidato petista. Ele foi interrompido pelo deputado eleito Walter Rabelo que contestou a informação, ressaltando que tinha preferência por Alckmin como o vice-governador eleito Silval Barbosa e o deputado eleito Juarez Costa, ambos também do PMDB. "Sou partidário e vou seguir a decisão, mas o meu candidato é Alckmin", avisou.

À tarde, Maggi recebeu os representantes do setor produtivo que, por unanimidade, foram contra o apoio ao presidente Lula. O governador foi, segundo informações, alertado que a sua decisão iria contrariar as bases e que não existe a possibilidade da classe rural em apoiar o candidato petista.

"Acho que essa conversa teve mais resultado, já que Blairo não anunciou apoio a Lula", diz Jonas. Para ele, os produtores saíram confiantes de que Maggi irá manter uma posição de neutralidade. "Só o fato dele não manifestar apoio a Lula é importante". O PFL, que prepara no próximo dia 20 um grande ato pró-Alckmin em todo o Estado, espera que o governador não se decida pelo candidato petista.