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Cultura
Terça - 10 de Outubro de 2006 às 02:04
Por: Luiz Carlos Merten

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Agora, é oficial. Leon Cakoff deu a partida para a 30ª Mostra Internacional de Cinema São Paulo, que começa dia 19 para convidados e dia 20 para o público. O lançamento foi feito em uma coletiva seguida da exibição de um filme (Sonhos de Peixe, de Kiril Mikhanovsky). A mesa reuniu Leon, sua mulher (e parceira na empreitada) Renata Almeida e mais representantes de apoiadores e patrocinadores, como o Sesc, a Imprensa Oficial, a Faap e, claro, a Petrobrás, que, além de ser a principal investidora no evento, instituiu este ano, para comemorar o 30º aniversário da Mostra, o Prêmio Petrobrás de Difusão Cultural. Destinado a filmes brasileiros em fase de lançamento, o prêmio vai contemplar com R$ 400 mil a melhor ficção e mais R$ 200 mil o melhor documentário. A escolha será feita pelo público.

Maior evento de cinema de São Paulo, a Mostra este ano vai apresentar mais de 360 filmes, que vão trazer à cidade desde as novas tendências do cinema mundial até obras antigas, num importante trabalho de resgate. Uma retrospectiva vai contemplar o cinema político italiano dos anos 60 e 70, devendo trazer a São Paulo a atriz Florinda Bolkan, para apresentar Investigação Sobre Um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita, de Elio Petri, e integrar o júri da mostra competitiva que deve outorgar o troféu Bandeira Paulista, para novos diretores (até o segundo filme).

Outra retrospectiva deve apresentar a íntegra da obra de Joaquim Pedro de Andrade, com seis longas e oito curtas, todos devidamente restaurados. Joaquim Pedro deve sua fama especialmente a Garrincha, Alegria do Povo e Macunaíma, mas você já pode ir-se preparando para assistir, e talvez descobrir, com todo o esplendor da imagem, Couro de Gato, O Poeta do Castelo, O Padre e a Moça, Os Inconfidentes e Vereda Tropical.

No quesito apresentações especiais, a Mostra vai trazer a São Paulo clássicos e obras cultuadas que serão exibidos com acompanhamento ao vivo. A pérola será Cabíria, de Giovanni Pastrone, monumento do cinema italiano, de 1914, que consta ter sido a inspiração para que David W. Griffith fizesse Intolerância, três anos mais tarde. Cabíria foi restaurado em Londres pelo brasileiro João Sócrates. Terá acompanhamento, ao piano, do italiano Stefano Maccagno.

A Mostra anuncia um seminário sobre legislação cinematográfica, em parceria com a Motion Picture Association. O cartaz deste ano foi criado por Manoel de Oliveira. Leon ainda não sabe se Oliveira poderá vir a São Paulo, mas o novo filme do quase centenário diretor português está confirmado - Belle Toujours, uma releitura (ou atualização) de A Bela da Tarde, de Luis Buñuel.

O programa de abertura, no auditório do Ibirapuera, dia 19, será formado pelo longa documentário Os EUA contra John Lennon, de David Leaf e John Scheinfeld, e pelo curta Eu Quero Ser Piloto, dirigido pelo cameraman de Fernando Meirelles em O Jardineiro Fiel, Diego Quemada-Diez. O de encerramento, dia 2 de novembro, no mesmo local, com a exibição da cópia restaurada de Macunaíma.




Fonte: AE

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