Corte anula indenização recorde do governo a empresário na França

A Corte Suprema francesa anulou hoje a indenização recorde de 135 milhões de euros imposta ao Estado francês em favor do empresário Bernard Tapie pela venda do grupo de material esportivo Adidas em 1993.

O Supremo se opôs à decisão adotada em 30 de setembro de 2005 pelo Tribunal de Apelação de Paris, que deverá voltar a julgar o caso.

Esse Tribunal tinha condenado o consórcio criado para a liquidação das contas do então banco público Crédit Lyonnais a indenizar Tapie em 135 milhões de euros, uma soma que a Promotoria elevou para 145 milhões.

A apelação considerou que o Crédit Lyonnais não tinha respeitado suas obrigações com Tapie, mas o Supremo destacou que "não há nenhuma falta caracterizada atribuível" à entidade, segundo revelou em comunicado.

Tapie, ex-ministro e ex-presidente do clube de futebol Olympique de Marselha, que vendeu uma parte da Adidas ao Crédit Lyonnais em 1992, denunciou que tinha sido ilegalmente privado da valorização da empresa que se obteve com a posterior cessão do grupo em 1993-1994 ao empresário Robert Louis-Dreyfus.

Sob o controle de Tapie desde 1990, a Adidas foi revendida em 1993 a uma filial de Crédit Lyonnais pelo equivalente a 318 milhões de euros.

O banco vendeu a Adidas pelo equivalente a 670 milhões de euros em dezembro de 1994 para Louis-Dreyfus, que tirou a companhia da Bolsa em novembro de 1995 por um valor de 1,676 bilhões de euros.