COLÔMBIA - Uribe e as FARC
Sob esta bandeira foi eleito em 2002. Em seu governo foram gastos mais de US$ 17 milhões na ofensiva militar anti-guerrilha. Uribe não conseguiu derrotar militarmente a insurgência, daí a tentativa de usar contra eles não apenas o garrote, mas também dar-lhes de comer. Neste caso, trata-se de abrir a possibilidade de que tenham uma representação fixa no parlamento ou numa futura constituinte.
Mais concessões
O diálogo com as FARC o ajudaria a sufocar as críticas de que teria sido parcial com 30 mil paramilitares, que colocou na legalidade e a quem concedeu impunidade. As FARC pedem que lhes seja concedida outra zona desmilitarizada, como a de 42 mil km que conseguiram no governo de Pastrana (1998-2002).
É pouco provável que Uribe aceite. Nos 42 anos em que a guerrilha vem atuando, foram mortos 150 mil colombianos, segundo a própria. Há 15 anos terminou a Guerra Fria e a tendência internacional de todas as guerrilhas pró-castristas (IRA, ETA, Zapatistas, CNA, etc.) é de trocar as armas pelas urnas. Desta forma, a antiga insurgência acredita conseguir uma base legal de massas e democratizar o sistema, enquanto seus antigos inimigos mantêm seu domínio, em troca de algumas concessões.
(*) O analista internacional e ex-professor da London School of Economics Isaac Bigio é peruano e especializado em América Latina. Assina uma coluna diária no jornal peruano Correo e escreve às terças e sextas para BR Press. Tradução: Angélica Resende/BR Press.
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