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Internacional
Segunda - 09 de Outubro de 2006 às 13:37

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Os Estados Unidos têm poucas opções militares após o teste nuclear norte-coreano, que confirma que Pyongyang domina agora a tecnologia nuclear militar e talvez até tenha a capacidade de vendê-la a outros.

O secretário americano da Defesa, Donald Rumsfeld, explicou recentemente aos jornalistas que um país que já participa da proliferação de armamentos tradicionais no mundo pode continuar da mesma forma com armas nucleares.

O negociador americano no caso nuclear norte-coreano, Christopher Hill, foi mais direto na quarta-feira: "Os Estados Unidos não viverão com uma Coréia do Norte nuclear. Não vamos aceitar isso", afirmou.

De acordo com especialistas americanos questionados pela AFP, os Estados Unidos têm poucas opções militares.

Eles dispõem de submarinos e de navios de guerra no Pacífico e de bombardeiros B-52 postados na ilha de Guam, que podem disparar mísseis de cruzeiro contra a Coréia do Norte. Os Estados Unidos também mantêm cerca de 28.000 militares na Coréia do Sul, que tem um exército de 670.000 soldados. Para os dirigentes militares americanos, isso não seria suficiente para conter uma invasão norte-coreana.

O exército da Coréia do Norte conta com 1,2 milhão de homens e tem estoques de armas químicas, 11.000 peças de artilharia e mísseis de curto e médio alcance, alguns dos quais poderiam ser equipados com uma ogiva nuclear. Alguns mísseis poderiam atingir o Japão e os 40.000 militares americanos que se encontram neste país, segundo especialistas.

"Se um eventual conflito fosse iniciado, seria impossível saber até onde poderiam ir os norte-coreanos", resume Michael O''Hanlon, um especialista dos assuntos militares da Brookings Institution.

Além disso, uma ação militar americana seria dificilmente justificável e seria denunciada pela Coréia do Sul e pela China, que temem um afluxo de milhões de refugiados tanto quanto ou até mais do que uma Coréia do Norte com a arma nuclear, consideram os especialistas.

Na hipótese de uma ação, os Estados Unidos também enfrentariam a dificuldade de uma resposta militar eficiente. "O que atacaríamos?", pergunta Robert Einhorn, ex-secretário de Estado adjunto encarregado da não-proliferação.

Segundo Washington, a Coréia do Norte dispõe de um programa de enriquecimento de urânio que lhe permite contar com uma dezena de armas nucleares. Porém, destaca Einhorn, "não sabemos onde elas estão".

Bruce Bennett, especialista em Coréia do Norte da Rand Corporation, acredita que um ataque aéreo americano poderia destruir o pequeno reator nuclear de Yongbyon, suspeito de alimentar em plutônio a Coréia do Norte. No entanto, existe o risco de criar uma nuvem radioativa na região.

Outros dois reatores, ainda não terminados, também poderiam ser destruídos em Yongbyon. Isso limitaria a futura produção de plutônio de Pyongyang, mas não afetaria sua atual capacidade de produzir plutônio.

Os Estados Unidos também poderiam impor um bloqueio naval para impedir qualquer transferência de materiais ligados ao programa nuclear norte-coreano.

Washington já lançou um programa multinacional batizado Proliferation Security Initiative para interceptar navios ou aviões suspeitos de transportar armas de destruição em massa. Porém, este programa apresenta "falhas", segundo Rumsfeld.





Fonte: AFP

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