Lula faz comício no Rio de Janeiro
Enquanto tenta colar sua imagem na do presidente Lula, Cabral deverá manter a estratégia que utilizou no primeiro turno, evitando ser associado ao ex-governador Garotinho e à governadora Rosinha. O casal não deverá aparecer nos programas do horário eleitoral gratuito de Cabral, apesar de Garotinho ser o presidente regional do PMDB. O ex-governador e a mulher Rosinha estão apoiando o tucano Geraldo Alckmin para presidente.
"Nunca tive padrinho político. Não preciso de padrinho político", argumentou Cabral. Hoje, o peemedebista deve receber o apoio do PCdoB e do Sindicato dos Petroleiros. O PT, o PRB, o PSB e parte do PV já tinham aderido à sua candidatura durante a semana. Quarta-feira o candidato começa oficialmente a campanha, com caminhada e panfletagem em Angra dos Reis e na Zona Oeste do Rio. Segundo Cabral a organização da agenda "é complicada porque tem de combinar rua e programa eleitoral".
A estratégia de Cabral será valorizar "reuniões simbólicas com grupos de apoio". Ele disse que não pretende se dedicar especificamente a uma faixa do eleitorado, como os eleitores da capital, onde foi derrotado por Denise Frossard (PPS) no primeiro turno. "Sempre tive uma boa votação na capital. No segundo turno, será diferente. No primeiro, eram 11 candidatos", afirmou Cabral.
O candidato, no entanto, vai se concentrar mais na capital e nas cidades do Grande Rio. Para as cidades do interior do Estado vão o candidato a vice, Luiz Fernando Pezão, ex-prefeito de Piraí, e o senador eleito Francisco Dorneles (PP).
Pena máxima A candidata do PPS ao governo estadual, Denise Frossard, disse que daria "pena máxima" para o ex-governador Anthony Garotinho por causa do cenário de violência e insegurança que predomina no Rio. Juíza aposentada, Denise adiantou que vai aproveitar o espaço ampliado no horário eleitoral gratuito, no segundo turno, para explicar à população carente que, além de emprego, é fundamental trabalhar pela segurança pública.
"Não vai haver emprego se não controlarmos a violência. Para se ter idéia, 90,9% dos empresários argumentam que não investem no Estado por causa da falta de segurança. Isso é dado de pesquisa. Para resolver esse problema, é preciso combinar prevenção, repressão e educação, que é o que eu vou fazer", afirmou Denise.
Apoio de Missionária Para a candidata, o Rio ficou mais violento. "Foram oito anos de governo aumentando os índices de insegurança", reclamou. Segundo ela, para cada 100 mil habitantes, registram-se hoje 66 mortes, um número muito alto. "Famílias mais carentes parecem já ter se acostumado com a violência, por conviver diariamente com ela. Por isso, elas têm 15 filhos, já que 10 vão acabar morrendo de forma violenta", comentou a juíza.
Denise esteve no churrasco de comemoração da reeleição do deputado federal Rodrigo Maia (PFL), na Barra da Tijuca. Ela aproveitou para pedir votos. No local, havia 500 pessoas entre colaboradores, vereadores, eleitos e derrotados. A candidata ganhou o apoio da missionária Ana Carolina Lucena Dias, 12 anos, considerada a pastora mais jovem do País, da Igreja Assembléia de Deus, de Campo Grande. A pastora mirim disse que faz trabalho beneficiando 6 mil pessoas por mês e pode enviar material de campanha para esse público.
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