Dossiê: PF pede quebra de sigilo de 500 telefones

A Polícia Federal (PF) solicitou à Justiça do Mato Grosso a quebra do sigilo de aproximadamente 500 telefones, dentro do inquérito sobre a negociação envolvendo petistas para a compra do dossiê contra integrantes do PSDB. Todos os números aparecem nas ligações feitas ou recebidas pelos investigados no caso. Para a PF, a quebra dos sigilos será uma espécie de atalho que poderá levar à identificação da origem do R$ 1,7 milhão que petistas iriam pagar ao empresário Luiz Vedoin, em troca dos documentos.

A PF tentará, de posse dos dados telefônicos, descobrir contatos de ex-dirigentes petistas com instituições financeiras, casas de câmbio e doleiros para captar os recursos. A PF e o Ministério Público estão reclamando da demora no repasse de informações sobre o caminho do dinheiro pelo Banco Central e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Há cerca de duas semanas, a Justiça já tinha autorizado o acesso a dados de 70 linhas telefônicas. Os 500 números de telefone foram obtidos após a análise de extratos de chamadas realizadas e recebidas pelos sete petistas envolvidos com as negociações.

Estão sendo investigados o ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Veloso, Jorge Lorenzetti, ex-integrante da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-diretor do Ministério do Trabalho Oswaldo Bargas, o ex-assessor da Presidência Freud Godoy, o ex-tesoureiro de campanha Valdebran Padilha, o ex-agente da PF Gedimar Passos e Hamilton Lacerda, ex-coordenador de comunicação da campanha do candidato petista ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante.