PF indiciará parlamentares e vê provas até para prisão

A Polícia Federal vai indiciar deputados federais de diversos Estados por causa do envolvimento com a máfia dos sanguessugas. Foram encontrados contra eles provas de corrupção ativa, corrupção passiva, formação de quadrilha e fraude em licitação para compra de ambulâncias.

De acordo com o delegado Cristian Lages, um dos integrantes da força-tarefa que conduz mais de 110 inquéritos instaurados a pedido do Supremo Tribunal Federal (STF), os indícios comprobatórios foram detectados a partir das investigações feitas pela PF em Mato Grosso. Por isso, não está descartado novo pedido de quebra de sigilo bancário e até a prisão dos parlamentares.

A quantidade e os nomes dos políticos que serão indiciados pela polícia serão divulgados após a força-tarefa concluir as investigações, o que deve ocorrer somente no início de 2007, já que os delegados pediram ao STF prorrogação das investigações.

Os indícios foram detectados em três fases. A primeira fase se baseou no levantamento de provas documentais através de diligências realizadas ao longo do ano em prefeituras de diversos Estados. A segunda ocorre desde o mês passado, quando começaram a ser tomados os primeiros depoimentos na sede da PF em Cuiabá.

As investigações se baseiam nos depoimentos do empresário Darci Vedoin e do seu filho Luiz Antônio Trevisan Vedoin, que já foram ouvidos pela PF por 10 dias consecutivos. Ambos são sócios-proprietários da Planam, empresa que participou diretamente do esquema. Também reafirmaram as denúncias contra os parlamentares já denunciados à Justiça.

"Existem casos em que os indícios são grandes. Era um esquema gigantesco", avalia Cristian. Segundo o delegado, os indiciados que foram reeleitos serão julgados pelo STF. Quem não ocupar mais mandato eletivo será julgado em primeira instância. Alguns deputados já foram ouvidos em 15 inquéritos. Os nomes não são revelados porque o caso corre em segredo de Justiça.