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Elogio de Lula foi senha para tirar Berzoini
Em provável tentativa de mostrar distanciamento da decisão que afastou Ricardo Berzoini da presidência do PT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, defendeu ontem pela manhã, antes do anúncio da saída, a permanência do petista no cargo.
Em entrevista a rádios do Nordeste, no Palácio da Alvorada, Lula disse que a decisão sobre Berzoini -a quem chamou de "homem importante no PT" e "quadro político de muita envergadura"- era do partido, mas fez um discurso cauteloso: "Eu não vejo necessidade de tomar nenhuma decisão política agora, enquanto você não desvendar esse processo [da compra do dossiê]. Eu não vejo isso [afastamento de Berzoini] ajudar em nada nesse momento".
Mas ele classificou a tentativa de compra do dossiê de uma "cretinice" que impediu sua vitória no primeiro turno.
Pouco depois, começava a reunião da Executiva do PT para discutir o futuro de Berzoini e adotar "punição exemplar" contra petistas que se envolveram na tentativa de compra do dossiê contra tucanos. O discurso de Lula foi considerado por petistas a senha para que Berzoini entendesse o real desejo do presidente. "Lula elogiou todos os ministros que demitiu", explicou um petista. "Os sinais dele são sempre transversos", afirmou outro.
Ao elogiar Berzoini, Lula criou um ambiente político para dar legitimidade ao afastamento. No início da tarde, auxiliares de Lula ainda tinham dúvidas sobre o efeito da saída de Berzoini. O temor era deixar transparecer que a troca de comando do PT pudesse ser vista como atestado de culpa: Berzoini seria o elo entre o caso do dossiê e a campanha de Lula.
Essa ponderação foi feita na reunião da Executiva. Os petistas concluíram que a oposição usaria a saída de Berzoini como um fato negativo, mas faria o mesmo se ele fosse mantido no cargo. A "faxina" no PT oferece a Lula um amparo ético no debate, segundo os petistas, e dá tranqüilidade aos filiados.
Ao explicar a decisão, Berzoini negou ter sido pressionado por interlocutores de Lula e rebateu a tese de que dá um atestado de culpa: "As ilações podem ser feitas. O que eu estou manifestando é uma posição pessoal, de responsabilidade militante e de total abertura para as investigações".
Ex-ministro de Lula, Berzoini deixou a coordenação geral da campanha petista no último dia 20, após revelação de que seu ex-secretário Oswaldo Bargas procurou a revista "Época" para tentar publicar material contra tucanos. Bargas integrava a campanha de Lula e está envolvido no caso do dossiê.
Lula deu a entender que a saída de Berzoini poderia ser um movimento precipitado: "Quando houve a crise [do mensalão] no ano passado, as pessoas diziam: o PT acabou, o PT acabou. Pois bem, foi a legenda mais votada outra vez, em uma demonstração de que o povo sabe separar o joio do trigo. O partido pune quem é culpado e a vida continua", disse.
Em Petrolina, ao defender o ex-ministro Humberto Costa, Lula citou a máfia dos sanguessugas quando queria mencionar o esquema dos vampiros: "A questão dos sanguessugas começou em 2001, quando Serra era ministro. Oitenta por cento das cidades [envolvidas] são do PFL e do PSDB", disse.
Em entrevista a rádios do Nordeste, no Palácio da Alvorada, Lula disse que a decisão sobre Berzoini -a quem chamou de "homem importante no PT" e "quadro político de muita envergadura"- era do partido, mas fez um discurso cauteloso: "Eu não vejo necessidade de tomar nenhuma decisão política agora, enquanto você não desvendar esse processo [da compra do dossiê]. Eu não vejo isso [afastamento de Berzoini] ajudar em nada nesse momento".
Mas ele classificou a tentativa de compra do dossiê de uma "cretinice" que impediu sua vitória no primeiro turno.
Pouco depois, começava a reunião da Executiva do PT para discutir o futuro de Berzoini e adotar "punição exemplar" contra petistas que se envolveram na tentativa de compra do dossiê contra tucanos. O discurso de Lula foi considerado por petistas a senha para que Berzoini entendesse o real desejo do presidente. "Lula elogiou todos os ministros que demitiu", explicou um petista. "Os sinais dele são sempre transversos", afirmou outro.
Ao elogiar Berzoini, Lula criou um ambiente político para dar legitimidade ao afastamento. No início da tarde, auxiliares de Lula ainda tinham dúvidas sobre o efeito da saída de Berzoini. O temor era deixar transparecer que a troca de comando do PT pudesse ser vista como atestado de culpa: Berzoini seria o elo entre o caso do dossiê e a campanha de Lula.
Essa ponderação foi feita na reunião da Executiva. Os petistas concluíram que a oposição usaria a saída de Berzoini como um fato negativo, mas faria o mesmo se ele fosse mantido no cargo. A "faxina" no PT oferece a Lula um amparo ético no debate, segundo os petistas, e dá tranqüilidade aos filiados.
Ao explicar a decisão, Berzoini negou ter sido pressionado por interlocutores de Lula e rebateu a tese de que dá um atestado de culpa: "As ilações podem ser feitas. O que eu estou manifestando é uma posição pessoal, de responsabilidade militante e de total abertura para as investigações".
Ex-ministro de Lula, Berzoini deixou a coordenação geral da campanha petista no último dia 20, após revelação de que seu ex-secretário Oswaldo Bargas procurou a revista "Época" para tentar publicar material contra tucanos. Bargas integrava a campanha de Lula e está envolvido no caso do dossiê.
Lula deu a entender que a saída de Berzoini poderia ser um movimento precipitado: "Quando houve a crise [do mensalão] no ano passado, as pessoas diziam: o PT acabou, o PT acabou. Pois bem, foi a legenda mais votada outra vez, em uma demonstração de que o povo sabe separar o joio do trigo. O partido pune quem é culpado e a vida continua", disse.
Em Petrolina, ao defender o ex-ministro Humberto Costa, Lula citou a máfia dos sanguessugas quando queria mencionar o esquema dos vampiros: "A questão dos sanguessugas começou em 2001, quando Serra era ministro. Oitenta por cento das cidades [envolvidas] são do PFL e do PSDB", disse.
Fonte:
24HorasNews
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/270205/visualizar/
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