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Politica Brasil
Sábado - 07 de Outubro de 2006 às 07:45

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A PF decidiu ouvir o presidente licenciado do PT a partir da análise de ligações telefônicas realizadas e recebidas pelo empresário Valdebran Padilha e pelo ex-agente federal Gedimar Passos, protagonistas da farsa do dossiê contra candidatos tucanos. Técnicos do setor de inteligência da PF fizeram cruzamento minucioso dos contatos de Padilha e Gedimar no período que compreende uma semana antes da prisão dos dois, ocorrida na madrugada de 15 de setembro no Hotel Ibis, em São Paulo.

Eles estavam de posse de R$ 1, 75 milhão, dinheiro que pretendiam usar para comprar o dossiê - que custou R$ 200 ao empresário Luiz Vedoin, fundador da máfia das ambulâncias e mentor do golpe. Os peritos da PF identificaram ligações de Padilha e Gedimar para a presidência do PT. Também foram identificadas chamadas de outros 'aloprados', como os definiu o presidente Lula, para a cúpula da agremiação.

Jorge Lorenzetti (ex-coordenador de mídia e risco da campanha de Lula), Expedito Veloso (ex-diretor de Análise de Risco do Banco do Brasil) e Oswaldo Bargas (ex-diretor do Ministério do Trabalho) fizeram ligações para números que seriam do uso cotidiano de Berzoini. Ontem, a operadora Claro entregou à PF o histórico de ligações relativas a quatro celulares de Hamilton Lacerda, ex-coordenador de campanha do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) ao governo paulista. A Claro também forneceu os cadastros de 13 pessoas responsáveis por essas linhas móveis.

'Homem da mala'

O setor de inteligência da PF começou a examinar os dados para verificar quais contatos Lacerda efetuou. Ele é apontado como o 'homem da mala'. Câmaras de circuito fechado do Hotel Ibis o flagraram tomando o elevador com uma mala supostamente carregada de dólares. Ele afirmou à PF que levava um notebook e material de propaganda do PT, mas Valdebran o desmentiu.

No inquérito, conduzido pelo delegado Diógenes Curado, o empresário e ex-arrecadador de campanhas eleitorais do PT em Mato Grosso diz que Lacerda carregava dinheiro na mala e em duas sacolas. Outro motivo que levou a PF a decidir pela convocação de Berzoini é a informação de que ele teria sido informado por Bargas sobre o dossiê.

Ligações para o nº 1 do partido seriam um fato corriqueiro, na avaliação da PF. O que desperta a atenção dos federais, no entanto, é que as chamadas foram feitas pelo núcleo diretamente implicado na compra do dossiê - seis fotografias, uma fita de vídeo e um DVD com imagens de Serra entregando ambulâncias em 2001, quando o tucano exercia o cargo de ministro da Saúde (governo FHC).





Fonte: Agência Estado

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