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Meio Ambiente
Sexta - 06 de Outubro de 2006 às 14:44

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SÃO PAULO - Pessoas tratadas injustamente, mas que tiveram uma parte do cérebro - a região direita e à frente, chamada córtex dorsolateral pré-frontal - inibida por campos magnéticos, embora ainda consigam reconhecer a injustiça, sentem menos desejo de punir seus opressores, conclui um estudo realizado pela Universidade de Zurique e publicado online na revista científica Science.

O estudo foi feito com base em um jogo clássico, usado por psicólogos e economistas para medir o papel do egoísmo e do senso de justiça no comportamento, chamado Ultimato. Nesse jogo, um dos participantes, o propositor, tem uma soma em dinheiro para compartilhar com outro, o respondedor. O propositor pode oferecer quanto quiser, mas se o respondedor recusar a oferta, ambos ficam sem nada.

Se agisse apenas por auto-interesse, o respondedor deveria aceitar qualquer oferta - mesmo muito pouco é melhor do que nada. Mas o que se observa, muitas vezes, é a rejeição de ofertas consideradas injustas ou ultrajantes. Com isso, o respondedor pune a si mesmo para poder punir o propositor. Com uma soma inicial de 20 francos suíços, ofertas de 5 francos ou menos geralmente acabam rejeitadas.

Na pesquisa realizada por Daria Koch e uma equipe de economistas e neurocientistas, a aplicação de campos magnéticos ao cérebro não impediu que os respondedores notassem a injustiça ou o egoísmo embutido nas ofertas muito baixas, mas fez com que se mostrassem menos propensos a punir o propositor.

A equipe de pesquisadores concluiu que o córtex dorsolateral pré-frontal, quando funciona adequadamente, participa de sistemas do cérebro que promovem a justiça e ajudam a equilibrar o desejo egoísta de aceitar qualquer oferta, por menor que seja.




Fonte: Agência Estado

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